segunda-feira, 20 de junho de 2016

BIBLIOTECÁRI@, COMO ANDA SEU SENSO DE COOPERAÇÃO?

Por Juliana Lima


Inicialmente, você deve estar se perguntando por que escolhemos esse título para o texto de hoje. Para começar, posso dizer que é uma pergunta que cada um deve fazer para si mesmo. Sim, deve. Já aconteceu com você de solicitar profissionalmente um serviço a um bibliotecário de outra instituição e não ser atendido?

Infelizmente, algumas vezes acontece de nos depararmos com situações onde o bibliotecário da outra instituição apresenta uma dificuldade e uma resistência que vai além do nível de compreensão. Não saberia dizer se por falta de coleguismo ou por normas burocráticas que impedem a sua autonomia e o seu poder de decisão.

No serviço de referência é bastante comum que um usuário faça um pedido ou busca por um material que não é tão facilmente encontrado na Internet, ou pelo fato de ser um material com acesso restrito, liberado muitas vezes apenas pelo serviço de comutação bibliográfica.

Há alguns dias atrás recebi uma pós-graduanda, de origem italiana, que buscava um artigo escrito por Gilberto Freyre, uma publicação bastante antiga e que só estava disponível em dois únicos lugares: uma instituição localizada no Brasil, e a outra na Argentina. Conforme o protocolo, fiz a busca, entrei em contato com a instituição brasileira, expliquei que a usuária precisava muito do artigo e perguntei se seria possível a cópia digitalizada do artigo, inclusive pelo serviço de comutação bibliográfica, ou seja, não estava pedindo “de graça”.

O que me surpreendeu negativamente, que fique claro, foi a resposta “robotizada” e extremamente burocratizada da instituição em se limitar a dizer apenas que atenderia o pedido somente via comutação bibliográfica, sem a menor cortesia. Aquilo me chamou a atenção, então resolvi entrar em contato com a instituição da Argentina, um pouco descrente de que seria atendida, reflexo da experiência nada agradável com a instituição brasileira, mas, para minha surpresa, não só recebi o artigo digitalizado no mesmo dia como a bibliotecária do serviço de referência da instituição mostrou-se bastante cortês e solícita, frisando, inclusive, que o material seguia sem nenhum custo e propondo parcerias futuras caso eles também precisassem de documentos disponíveis em nossa biblioteca.

O resultado disso tudo, vocês já sabem: usuária mais do que satisfeita, agradeceu por e-mail e pessoalmente, e, além disso, fez questão de enfatizar que a participação no evento do qual participará e que falará sobre Gilberto Freyre só ocorrerá porque a bibliotecária conseguiu o artigo!

Estou contando esse caso exatamente para mostrar como nós, bibliotecários, podemos e devemos colaborar uns com os outros, sermos mais flexíveis, independentemente das barreiras impostas, quer sejam regionais, burocráticas ou impostas por um serviço de comutação bibliográfica, pois a colaboração entre bibliotecas e bibliotecários supera tudo isso, e, no final das contas, o que queremos mesmo é atender bem aos nossos usuários. Deixemos a má vontade e o comodismo de lado também, pois, em muitos casos e principalmente em instituições públicas, não generalizando, claro, é o que mais ocorre.

No fim de tudo, o ciclo de gratidão ficou completo: usuária atendida e satisfeita, e eu, bibliotecária, eternamente grata à outra bibliotecária e instituição que também me atendeu e ajudou!


Ainda bem que, neste caso, a habitual "richa" entre brasileiros e argentinos no futebol não foi impedimento para uma parceria tão agradável :)

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Muchas gracias BIBHUMA - Biblioteca Profesor Guillermo Obiols Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación Universidad Nacional de La Plata!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

BIBLIOTECÁRI@, SAIA DO ARMÁRIO!

Por Fabíola Bezerra

Esta semana uma notícia caiu como “bomba” para jovens profissionais: “Governo anunciou cancelamento de concurso público até o ano de 2018!”

Quando ouvi esta notícia fiquei pensando nas centenas de milhares de bibliotecários que estão há muito tempo em processo de preparação para concorrer a uma vaga em concurso público federal. Profissionais que investiram tempo, dinheiro, dedicação e focaram muito em seus sonhos profissionais à espera da abertura de concursos públicos federais.

Situações assim fogem do nosso controle e da nossa vontade, interferem em nossas vidas e adiam nossos sonhos. Nesse sentido, acredito ser um grande risco jogar todas as suas fichas em algo em que você não tem controle.

É necessário tomar as rédeas da própria vida, tanto a profissional como a pessoal. Ser protagonista da sua própria vida é importante para virar a chave e se permitir ser dono do seu próprio tempo. Não se deixe enclausurar por uma única possibilidade de atuação profissional por meio do serviço público!

As diferentes possibilidades oriundas do mundo digital criam condições concretas de independência financeira e realização profissional por meio do empreendedorismo digital, permitindo que o profissional trabalhe com paixão e propósito, colocando seus talentos e habilidades como ferramenta para criar seu próprio emprego.

Existe uma crença limitante que afirma que é preciso ter dinheiro para abrir um negócio, mas o novo modelo de marketing, baseado nas habilidades únicas do ser humano, comprova e atesta que é possível criar um infonegócio a partir dos relacionamentos criados na Internet e da construção de conteúdos relevantes para um público segmentado.

Você não precisa fazer parte desse grupo de profissionais que estão à espera que as coisas aconteçam, ou que o governo libere vagas nos concursos públicos. No Brasil, o empreendedorismo por meio de ferramentas de marketing digital tem viabilizado mudanças na vida de muitas pessoas.

Se este texto está mexendo com você, amig@ bibliotecári@, é porque certamente você é o que chamam de “empreendedor de armário”, que anda se autossabotando e desistindo do seu sonho de empreender. Viva da sua profissão, faça da sua paixão pela Biblioteconomia o seu negócio. Empreender é um sonho possível, só irá depender da forma como você irá desenvolver suas habilidades.

Pense nisso!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

AS REDES SOCIAIS E AS OPORTUNIDADES DE TRABALHO

Por Juliana Lima


Muitas vezes, diversos profissionais, inclusive o bibliotecário, ao buscar oportunidades de emprego, sempre costuma preparar um bom Curriculum Vitae para enviar para as empresas e organizações, ou é comum pedir a recomendação e indicação de um amigo ou profissional da área etc.

O que costumamos ignorar é o fato de as redes sociais também serem uma chance de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Diversas empresas estão em busca de profissionais analisando redes sociais, como o LinkedIn. Para quem não sabe, o LinkedIn é uma rede social online para contatos profissionais. Difere de outros sites e redes sociais, como o Facebook, por exemplo, porque foi criado especialmente com o intuito de formar redes profissionais, encontrar um emprego, descobrir malas diretas, entrar em contato com possíveis parceiros de negócios.

Eu mesma recebi convites para entrevistas sem nem estar em busca de mais um emprego, então confesso que me chamou a atenção como alguns colegas bibliotecários possuem perfil no LinkedIn, outros não têm, e há um grupo que possui, mas nem sabe que tem um, pois o perfil está lá parado, sem nenhuma atualização ou foto sequer. Muitos bibliotecários reclamam que procuram emprego, que a vida está difícil, que o mercado está complicado e que já deixou o currículo em alguns lugares, porém sem respostas. E o perfil profissional em uma rede social, será que ajudaria um pouco mais nesse sentido?

Esse texto é apenas mais uma reflexão, bem simplista, de fato, mas, mesmo assim, válida, para que nós bibliotecários também possamos despertar para essas redes sociais e para muitas outras que podem significar uma oportunidade a mais para quem deseja conseguir um bom emprego, ou, se já trabalha, conseguir mais um trabalho ou uma oportunidade de trabalhar em casa (home office), por exemplo. As empresas estão mudando, buscam profissionais mais dinâmicos e antenados, e que melhor forma de buscar um possível candidato do que visitar os perfis profissionais em redes sociais? Até mesmo as empresas mais tradicionais que recebem o currículo e marcam uma entrevista estão analisando os perfis dos candidatos em redes sociais. Para aqueles que adoram empreender, inovar, também há espaço no LinkedIn.

Então, a palavra de ordem do dia é conhecer e utilizar-se de fato das redes sociais profissionais, quer você esteja buscando uma oportunidade de trabalho ou não, afinal podem surgir boas ofertas, e você ainda poderá formar a sua rede profissional de contatos.

Boa sorte e siga em frente!

terça-feira, 31 de maio de 2016

O BIBLIOTECÁRIO E SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL: UMA ANALOGIA À REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Por Ana Luiza Chaves

Para encerrar o mês de maio, marcado pela comemoração do Dia do Trabalho logo no seu início, voltamos a falar dele, do trabalho profissional, aquele exercido em função da profissão abraçada. Como estamos aqui, neste espaço interativo do bibliotecário, nada mais justo e oportuno falarmos desse profissional, até porque já tivemos duas postagens anteriores que abordaram essa questão: BIBLIOTECÁRIO, VOCÊ PODE VIVER DA SUA PROFISSÃO e BIBLIOTECÁRI@, VOCÊ TEM A VIDA QUE VOCÊ MERECE. Tudo que pode ser representado de forma ilustrada se torna mais visível, mais compreensivo, e é nessa linha que perguntamos: Já parou para pensar como anda a sua trajetória profissional se levarmos em conta um gráfico? Vamos lá!

Considerando o plano cartesiano, em que constam os eixos das abscissas e das ordenadas, se situarmos, no primeiro, o passar dos anos a partir da data da nossa formatura e, no segundo, os fatos que se sucedem, tais como: atuação na profissão, representatividade, mudança de emprego, realização profissional, remuneração, admissão/demissão, aprovação/reprovação em concurso público, promoção, reconhecimento etc., a função resultante pode ser crescente, decrescente, variante entre o crescente e o decrescente ou representada por uma constância.

Se é crescente, parabéns!!! Continue lutando para se manter nesse status, seguindo em frente, qual uma seta ponteira rumo ao alto, conservando sempre a diferenciação no mercado. Se for decrescente, cuidado com a queda livre, ela pode ser fatal! Tente frear essa descida, estabeleça uma constância, para depois impulsionar um crescimento planejado, agarrando-se com as oportunidades que passam à frente. Se parece um zig zag, cheia de altos e baixos, quando estiver no ponto mais alto, faça um esforço para se manter e evitar nova descida, educação continuada e injeções de inovação são o caminho para novas possibilidades. Se for uma constância positiva, tudo bem, mas vale um toque a mais para sair da zona de conforto, mas, se for uma constância com status de marasmo, vire o jogo, pense fora do quadrado, radicalize! Claro, dentro de um contexto de viabilidade.

Nossa vida profissional é realmente cheia de altos e baixos, às vezes temos até que recomeçar ou dar um passo atrás para depois seguir em frente. Vamos aproveitar e explorar ao máximo os nossos pontos fortes e tentar minimizar os pontos fracos, sempre de olho nas interferências externas, oportunidades e ameaças. Convidamos todos a visualizarem seus gráficos de trajetória profissional e a fazerem a intervenção necessária, pois nunca é tarde para mudança ou recomeço, com o objetivo de se manter bibliotecário no mercado de trabalho.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

BIBLIOTECÁRI@, VOCÊ TEM A VIDA QUE VOCÊ MERECE!

Por Fabíola Bezerra

Vou iniciar este texto com uma fábula que diz mais ou menos assim:

“Um sapo barrigudo coaxava num lodaçal, quando viu resplandecer no alto de umas pedras um pirilampo. Certo de que nenhum ser tinha o direito de exibir qualidades que ele próprio jamais possuiria, e mortificado pela sua própria impotência, saltou sobre ele e cobriu-o com o ventre gelado. Por que me tapas? Ousou perguntar-lhe o inocente pirilampo. E o sapo, congestionado pela inveja, só soube responder com esta pergunta: E tu, por que brilhas?”

A inveja tão bem ilustrada nesta fábula levou-me a pensar porque alguns bibliotecários brilham enquanto outros apenas coaxam.

Ouço de vez em quando discursos vitimizados de um bibliotecário ou outro diante da sua profissão e da sua perspectiva de trabalho, terceirizando a sua culpa para aliviar a sua dor diante da sua falta de atitude. Muitas vezes tenho vontade de perguntar: afinal o que tens feito para mudar a tua vida profissional?

O estado de vitimização permanente vicia e causa confusão na mente, levando você a pensar que não é capaz de passar para o próximo nível.

Um dia conheci um bibliotecário recém-formado que desenvolvia uma prestação de serviço em uma empresa que contratava bibliotecários. Como era mal remunerado, trabalhava pouco e gastava seu tempo enrolando o serviço e a pessoa que o contratou. Pergunto: como esse jovem profissional poderá passar para o primeiro nível se ele se acostumou na segunda divisão? Como poderá esse jovem vislumbrar um futuro na profissão se ele mesmo se autossabota?

Se, por acaso você estiver na segunda divisão, por um motivo ou outro, jogue o jogo como se estivesse na primeira divisão, pois a excelência do que você faz é que fará você mudar de nível. Tome cuidado com a mediocridade. Qual o nível de excelência no que você faz?

No dia 14 de maio deste ano, tive a oportunidade de participar do BIBLIOCAMP Recife, organizado pelo bibliotecário Gustavo Henn. Em meio a um ambiente bucólico, inspirado nos castelos medievais, bibliotecários do Brasil passaram o dia reunidos no Instituto Ricardo Brennand, partilhando experiências e disseminando inspiração.

O que vimos e ouvimos lá de nada tem a ver com atitudes medíocres, muito menos invejosas. São bibliotecários que aprenderam a jogar na primeira divisão, que não fazem o jogo da vitimização, que acreditam na Biblioteconomia. Bibliotecários com visão prospectiva e sonhadora. Profissionais com atitudes abnegadas capazes de revitalizar seus espaços de trabalho e sua forma de atuação. Bibliotecários que não procrastinam seu tempo, mas que trabalham em favor do tempo, transformando suas vidas em prol do que acreditam.

Exerça sua profissão com sabedoria, transforme sua dor em desafio, mude sua posição nesse jogo, trabalhe de maneira inteligente, cuidado para não acreditar que o seu lugar é na segunda divisão. E lembre-se sempre: você tem a vida que você merece.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O QUE ATRAI O USUÁRIO?

Por Edvander Pires

Recentemente, três campanhas – sensacionais e que estão de parabéns, por sinal – nos chamaram a atenção nas redes sociais. Uma teve o objetivo de dar as boas vindas aos usuários no início do semestre, a outra esteve voltada a provocar no usuário a conscientização do uso da biblioteca, e a última, mas não menos importante, com foco na preservação do acervo.

Tais campanhas nos mostram a importância da linguagem da biblioteca universitária, assim como das bibliotecas de qualquer natureza, ser a mesma linguagem do usuário, pois, criar ações que o envolvam, só tende a propagar a boa imagem da biblioteca. Para além da ação presencial, as mídias sociais também estão aí para levar adiante ideias criativas como essas e que realmente têm como foco a atração do usuário. Assim, todos os protagonistas envolvidos saem ganhando: a biblioteca (ao colocar em prática o “marketing de serviços”), o usuário (que passa a entender a realidade e a rotina da biblioteca), e a instituição mantenedora (que vê os objetivos sendo cumpridos).

É preciso dar vez e voz ao usuário, razão para a qual os produtos e serviços de nossas bibliotecas existem. Um usuário envolvido e fiel à biblioteca vale até mais do que outros fatores que interferem no dia a dia do trabalho, pois ele interage participando, sugerindo, reclamando, elogiando etc., e esse feedback é salutar para desenvolvermos ações de melhoria. Usuário envolvido é aquele com quem a equipe da biblioteca mantém uma relação de atendimento personalizado, de fidelidade e de empatia (colocar-se no lugar do outro). E essas campanhas que mencionamos aqui nada mais são do que uma extensão do serviço de referência, que vai além do simples contato com o usuário a partir de uma necessidade de informação, pois a intenção é a de atraí-lo e envolvê-lo no ambiente da biblioteca.

É cada vez mais nítido que se foi o tempo em que bibliotecário atuava apenas como um profissional entre quatro paredes, atrás de uma mesa ou sob uma gestão alicerçada aos interesses únicos da administração. É preciso sim praticar o walking reference (tão bem explicado na obra de Jean-Philippe Accart), que nada mais é do que “sair do balcão de referência e ir atrás do usuário”, ao encontro dos seus anseios, necessidades, demandas e linguagem. E não foi isso que essas campanhas fizeram? Então, afinal, o que atrai o usuário?


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Acesse as campanhas descritas neste texto:


CLIQUE AQUI e confira a campanha de boas vindas com a turma do "Suricate Seboso".

CLIQUE AQUI e confira a campanha "o que pode e não pode na biblioteca da Poli".

CLIQUE AQUI e confira a campanha "médic@s e enfermeir@s do livro".

segunda-feira, 9 de maio de 2016

AFINAL, ELA É UMA MÃE!

Por Ana Luiza Chaves

Sem sair do contexto do Dia das Mães, até porque dia das mães é todo dia, venho trazê-la agora para bem perto dessa comemoração, afinal, ela é uma mãe!

Mas de quem estou falando? Da “mãe biblioteca”, uma velha senhora que, de tão presente e essencial, é jovem e atual. Consegue se adaptar às exigências de seus filhos, até aos mais jovens, aqueles da Geração Y e Z, e atendê-los em suas necessidades, acolhendo-os em seu seio, às vezes dando-lhes conselhos fortes ou elementares, educando-lhes com mensagens subliminares.

Essas mensagens vão desde fazer menos barulho, alimentar-se de conhecimento diariamente, até avisar-lhes que precisam ler isso e mais aquilo para enriquecer a mente.

Uma senhora majestosa pela sua grandiosidade e alegria, herdados pelas mães ancestrais Nínive, Pérgamo e Alexandria, mas humilde em fazer o bem, porque é servidora, porque oferece muitas opções para seus filhos, mesmo para aqueles que vêm de longe, de outra freguesia.

Conhece cada um deles, suas limitações, suas demandas e suas preferências, porque os tem como razão de sua existência, por isso procura se especializar, para oferecer a coisa certa, para o filho certo, na hora certa.

Quando recebe visitantes ilustres, de outras etnias, oferece-lhes o que tem de melhor, compartilha sabedoria e cria um círculo virtuoso, rompendo barreiras da geografia.

Gosta da casa limpa, arrumada e organizada, estabelecendo regras mínimas de sintonia, para que seus filhos respeitem e, assim, possam conviver em harmonia.
De vez em quando padece, faltam-lhe recursos. A economia do lar não vai bem, mas, dentro das suas limitações, não mede esforços para atingir seus objetivos, se articula com amigas e instituições buscando soluções de apoio para seus filhos.

Muitas vezes não é reconhecida pelos filhos, filhos ingratos, que bebem o néctar e se alimentam de ambrósia, e não sabem usá-los para que gerem novos frutos, ou, pelo menos, retornem à casa como o filho pródigo. Outros tomam seus pertencentes emprestados. Cuidados? Não lhes destinam não, desobedecendo às regras da casa, prejudicando o irmão.

Mas essa mãe tem a facilidade de perdoar. Perdoa esses e aqueles e, como toda mãe, não guarda mágoa dos mal feitos dos filhos, buscando sempre uma maneira de trazê-los para mais perto e, assim, corrigi-los para um futuro certo.

Uma mãe dessas é para toda a nação, todos têm direito. Busquem e cobrem, está na legislação!
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domingo, 1 de maio de 2016

BIBLIOTECÁRIO, VOCÊ PODE VIVER DA SUA PROFISSÃO!

Por Fabíola Bezerra



Cada vez mais tenho convicção que falta na formação do bibliotecário capacitação voltada para o empreendedorismo, para criar uma mente empreendedora. Bibliotecários são profissionais muito bem capacitados no que fazem, mas sabem pouco do que não fazem.

Tenho recebido no MURAL, com certa frequência, mensagens de colegas bibliotecários que estão desempregados, assim como observo bibliotecários voltando suas ações para fora da área, procurando alternativas de trabalho que possam lhes dar condições de sobrevivência. Ao ouvir um desabafo ou outro, sempre me causa bastante angústia, pois tenho a convicção de que é possível viver da Biblioteconomia, assim como tenho a certeza de que falta no bibliotecário uma visão prospectiva sobre a sua profissão. Vou exemplificar...

Esses dias eu estava participando de uma reunião de trabalho, mais especificamente uma reunião de planejamento. Debatia-se sobre vários assuntos, e um deles era sobre a aplicação das normas da ABNT pela comunidade universitária e todo o esforço da biblioteca em criar ações de capacitação sobre as diferentes normas de documentação. Em um determinado momento da reunião, falava-se em preparar novas modalidades de treinamentos para cobrir as normas da “APA” e de “Vancouver”, a fim de atender seguimentos específicos de usuários da universidade. Uns bibliotecários afirmavam estarem estudando as duas normas para se capacitarem ao ponto de replicarem esse conhecimento em forma de novos treinamentos. Nessa altura comecei a pensar sobre isso e confesso que meu pensamento saiu daquela sala e fiquei conjecturando comigo mesma.

Bibliotecários que trabalham com normalização têm um leque de opções para criar oportunidades de trabalho, reparem que não me referi a emprego, mas a trabalho. Vamos pensar juntos: dia após dia, novas faculdades são criadas, é suposto que exista uma grande demanda de estudantes universitários e, por tabela, uma grande demanda de trabalhos a serem produzidos. Os bibliotecários que atuam em bibliotecas universitárias cada vez mais têm menos tempo de cobrir a enorme demanda, logo existe um gap que precisa ser preenchido. Os bibliotecários de referência geralmente possuem grande habilidade em trabalhar com as normas da ABNT, em muitas vezes esse conhecimento só é aplicado para corrigir referências bibliográficas, citações e normalização de teses e dissertações. Alguns até conseguem ganhar algum trocado normalizando os trabalhos de alunos que estão com o prazo de entrega da tese ou da dissertação estourado. Mas isso é um trabalho de formiguinha!

Refiro-me ao fato de poderem trabalhar de forma escalonável, usando o marketing digital a favor do seu conhecimento, usando sua habilidade única e criando infoprodutos que possam ser adquiridos de qualquer parte do mundo por meio de plataformas de vendas de produtos digitais. Já pensaram que o treinamento que desenvolvem na biblioteca de forma gratuita, para um grupo restrito, pode ser transformado em um produto digital? Já ventilaram a hipótese, por exemplo, de ensinarem em forma de curso digital como fazer a hora do conto mais dinâmica? É óbvio que esse trabalho, por questões éticas, não pode ser aplicado ao seu cliente interno, pois, enquanto bibliotecário de uma instituição, é tarefa atender aos usuários dessa instituição sem qualquer ônus.

A ideia desse post de hoje, Dia do Trabalho, é dizer para você, amigo bibliotecário, que NÃO desista da sua profissão, que ACREDITE na Biblioteconomia e na possibilidade real de você viver do seu conhecimento enquanto profissional. Repense a sua atuação a partir das suas habilidades, dessa forma o dia 1º de maio poderá ser comemorado efetivamente por todos os bibliotecários.

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Texto publicado originalmente no Facebook do Mural Interativo do Bibliotecário, com a hashtag #otextoénosso, no dia 1º de maio de 2016.