segunda-feira, 23 de maio de 2016

BIBLIOTECÁRI@, VOCÊ TEM A VIDA QUE VOCÊ MERECE!

Por Fabíola Bezerra

Vou iniciar este texto com uma fábula que diz mais ou menos assim:

“Um sapo barrigudo coaxava num lodaçal, quando viu resplandecer no alto de umas pedras um pirilampo. Certo de que nenhum ser tinha o direito de exibir qualidades que ele próprio jamais possuiria, e mortificado pela sua própria impotência, saltou sobre ele e cobriu-o com o ventre gelado. Por que me tapas? Ousou perguntar-lhe o inocente pirilampo. E o sapo, congestionado pela inveja, só soube responder com esta pergunta: E tu, por que brilhas?”

A inveja tão bem ilustrada nesta fábula levou-me a pensar porque alguns bibliotecários brilham enquanto outros apenas coaxam.

Ouço de vez em quando discursos vitimizados de um bibliotecário ou outro diante da sua profissão e da sua perspectiva de trabalho, terceirizando a sua culpa para aliviar a sua dor diante da sua falta de atitude. Muitas vezes tenho vontade de perguntar: afinal o que tens feito para mudar a tua vida profissional?

O estado de vitimização permanente vicia e causa confusão na mente, levando você a pensar que não é capaz de passar para o próximo nível.

Um dia conheci um bibliotecário recém-formado que desenvolvia uma prestação de serviço em uma empresa que contratava bibliotecários. Como era mal remunerado, trabalhava pouco e gastava seu tempo enrolando o serviço e a pessoa que o contratou. Pergunto: como esse jovem profissional poderá passar para o primeiro nível se ele se acostumou na segunda divisão? Como poderá esse jovem vislumbrar um futuro na profissão se ele mesmo se autossabota?

Se, por acaso você estiver na segunda divisão, por um motivo ou outro, jogue o jogo como se estivesse na primeira divisão, pois a excelência do que você faz é que fará você mudar de nível. Tome cuidado com a mediocridade. Qual o nível de excelência no que você faz?

No dia 14 de maio deste ano, tive a oportunidade de participar do BIBLIOCAMP Recife, organizado pelo bibliotecário Gustavo Henn. Em meio a um ambiente bucólico, inspirado nos castelos medievais, bibliotecários do Brasil passaram o dia reunidos no Instituto Ricardo Brennand, partilhando experiências e disseminando inspiração.

O que vimos e ouvimos lá de nada tem a ver com atitudes medíocres, muito menos invejosas. São bibliotecários que aprenderam a jogar na primeira divisão, que não fazem o jogo da vitimização, que acreditam na Biblioteconomia. Bibliotecários com visão prospectiva e sonhadora. Profissionais com atitudes abnegadas capazes de revitalizar seus espaços de trabalho e sua forma de atuação. Bibliotecários que não procrastinam seu tempo, mas que trabalham em favor do tempo, transformando suas vidas em prol do que acreditam.

Exerça sua profissão com sabedoria, transforme sua dor em desafio, mude sua posição nesse jogo, trabalhe de maneira inteligente, cuidado para não acreditar que o seu lugar é na segunda divisão. E lembre-se sempre: você tem a vida que você merece.

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