segunda-feira, 27 de julho de 2015

“ONDE O GALO CANTA, ALMOÇA E JANTA”: ENTENDENDO A PRESENÇA DAS BIBLIOTECAS NAS REDES SOCIAIS

A presença de bibliotecas nas redes sociais torna-se uma realidade cada vez mais presente nos dias atuais, e foi sob essa perspectiva que apresentamos o nosso trabalho na 26ª edição do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD 2015), realizado em São Paulo-SP.

A Internet possibilitou novas conexões e ampliou o universo das bibliotecas no que se refere à comunicação com a comunidade a que atende. A comunicação, a partir das redes sociais, tornou-se menos rígida e formal; facilitou, ainda, a interação, a transparência e o compartilhamento de informações, criando, dessa forma, uma comunicação mais ativa e participativa; e proporcionou novas formas de interação por meio da Web 2.0. Ao ingressarem nas redes sociais, as bibliotecas criam demandas diárias de interação com os seus usuários, exigindo do bibliotecário uma dedicação e uma disponibilidade de tempo que nem sempre ele dispõe.

Nesse sentido, observam-se, na prática, alguns entraves enfrentados pelas bibliotecas, que dificultam ou condicionam a sua presença nas redes sociais, pautados diretamente nas questões dos recursos humanos, conteúdos e usuários. Corroborando essa afirmação, Godeiro e Serafim (2013, p. 3) afirmam: “Portanto, faz-se necessário buscar formas de enfrentar tais desafios, transformando-os em benefícios para a unidade de informação”. Dentre as dificuldades citadas acima, destacamos as relacionadas com o “conteúdo”; por meio dele a biblioteca garantirá a sua presença constante nas redes sociais. As dificuldades das bibliotecas em relação aos conteúdos, segundo afirmam Godeiro e Serafim (2013), são referentes à “desatualização dos conteúdos já postados”; “conteúdos e informações interessantes para o usuário”, e “qual linguagem utilizar, a formal ou informal?”.

Tendo como base essa realidade, a nossa apresentação teve como “pano de fundo” a fanpage do Mural Interativo do Bibliotecário, a qual, de acordo com as nossas observações, tem servido de suporte informacional para bibliotecas e bibliotecários na disseminação de conteúdos relevantes e atualizados. Ao observarmos o crescimento espontâneo da página e a repercussão alcançada dentro da rede social, utilizamos as métricas disponibilizadas pelo Facebook para identificar quem eram os nossos fãs. Identificamos, então, que, além das pessoas físicas, 86 bibliotecas seguiam a fanpage, considerando o período de janeiro a março de 2015.

Baseados nessa informação, delineamos o objetivo geral do nosso trabalho, que foi identificar a contribuição do Mural Interativo do Bibliotecário como suporte à disseminação de informações relevantes para as bibliotecas dentro das redes sociais. Como objetivos específicos, definimos avaliar o interesse das bibliotecas em seguir a nossa fanpage e descrever a forma como acontece o engajamento das bibliotecas com o Mural. Nossa justificativa deu-se pela necessidade de entender a contribuição real que a fanpage apresenta para as bibliotecas que são seguidoras do Mural Interativo Bibliotecário. Para tanto, fez-se necessário esclarecermos a escolha do título do nosso trabalho: “Onde o galo canta, almoça e janta”, que é um título que faz menção a um adágio popular.


Segundo o Dicionário Aurélio, adágio é uma “espécie de provérbio que recorda com seriedade o que é usual; máxima, sentença popular.” (AURÉLIO, 2015, online). Em se tratando de mídia social, que lida com acessos, que geram acessos, que, por sua vez, geram novos acessos e assim por diante, ou seja, uma verdadeira progressão exponencial, nada mais adequado para este artigo do que ser intitulado como algo que é reconhecido pelo povo, que está “na boca do povo” e que é multiplicado pelo povo, de geração em geração, como é o caso de um ditado popular. O título, além de traduzir a troca em si: “Vou cantar aqui, mas, em troca, quero almoçar e, como gostei, vou também jantar, prossegue além da troca: Já que gostei, vou ficando por aqui e divulgando por aí, quem sabe fazemos uma orquestra, tocamos os corações e agradamos ainda mais.”

Mas o que tudo isso tem a ver com o Mural Interativo do Bibliotecário?

Conforme temos visto diariamente aqui na fanpage, essa troca pode ser de informações, de experiências, de ideias, de serviços e/ou de interesses profissionais. E, fazendo uma analogia com o referido ditado popular, a ideia não se resume a uma simples troca, pois vai além disso. Para se permanecer nessa situação de troca constante, de fidelização e de confiabilidade junto a uma comunidade seleta, há de se ter valor agregado: uma imagem e uma identidade que traduz hospitalidade, acolhimento, credibilidade, reciprocidade e encantamento. Os fãs conhecem, validam, confiam, interagem e divulgam!

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REFERÊNCIAS

AURÉLIO. Adágio. Dicionário do Aurélio. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com>. Acesso em: 28 jun. 2015.

GODEIRO, Rebeka Maria de Carvalho Santos; SERAFIM, Andreza Nadja Freitas. O uso do Facebook como ferramenta para promoção de serviços em bibliotecas universitárias. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., Florianópolis, 2013. Anais... Disponível em: <http://portal.febab.org.br/anais/article/viewFile/1429/1430>. Acesso em: 22 abr. 2014.

HUNT, Tara. O poder das redes sociais: como o Fator Whuffie – o seu valor no mundo digital – pode maximizar os resultados de seus negócios. 2. ed. São Paulo: Editora Gente, 2010. 266 p.


PORTO, Camila. Facebook marketing: engajamento para transformar fãs em clientes. Curitiba: Quartel Digital, 2014. 113 p.

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