segunda-feira, 29 de julho de 2019

BIBLIOTECA E PARCERIA PEDAGÓGICA

Por Ana Luiza Chaves


A biblioteca é um organismo dinâmico cuja essência é pedagógica. Essa função remonta à Antiguidade, mas, na Contemporaneidade, no contexto atual, ainda é um espaço/recurso que pode ser mais bem explorado, pois tem um grande potencial para oferecer e agregar à educação, se utilizado de forma planejada e integrada.

Integrar a biblioteca à sala de aula, fazendo daquela uma extensão desta é uma proposta de parceria pedagógica, a fim de possibilitar que o professor tenha mais opções para conduzir suas aulas de forma diferenciada, utilizando-se dos recursos da biblioteca.



A leitura ideal é de uma biblioteca que se propõe a ser um espaço de convivência social, onde possa ocorrer o intercâmbio de ideias, a exposição da subjetividade e, sobretudo, a interdisciplinaridade, propiciando que esses recursos estejam sempre em evidência, "à flor da pele".

A parceria de que se fala aproxima, de uma forma geral, a sala de aula à biblioteca e, mais especificamente, o leitor ao livro [1], tudo para agregar valor à ação ensino-aprendizagem, em que se destaca o processo de leitura, como fator educativo incisivo para sua concretização, por meio da orientação do professor e da colaboração do bibliotecário.

Fazendo a leitura da atualidade, na era da informação e da gestão do conhecimento, cabe ao bibliotecário, além da tarefa precípua de administrar o acervo e a biblioteca em geral, a função inteligente de atender aos seus usuários, educando-os social e pedagogicamente, por intermédio de políticas e projetos próprios, mas, sempre de acordo com a missão da instituição a que pertence. Ao se falar em função social e pedagógica do bibliotecário, não se está querendo assumir a posição tão bem definida e importante do professor, mas contribuir com ele para o crescimento e amadurecimento do educando, no tocante à difusão da informação e da promoção da leitura, visando manifestar nele a formação de um pensamento construtivo e crítico.

Portanto, cada biblioteca deve ser um espaço dinâmico e articulado, em que se possam cumprir as 5 leis de Ranganathan [2], explicitando que o livro é o meio que leva ao conhecimento e, para tanto, é função do bibliotecário conhecer sua clientela, divulgar seu acervo, facilitando o acesso e ficando de olho nas novas necessidades para crescer de forma controlada, focada e atual. O ser humano tem o direito de ter acesso ao conhecimento e, como este se encontra de forma mais concentrada, abundante e democrática numa biblioteca, a ordem é explorá-la.

Seguem algumas sugestões de práticas pedagógicas:
  • Convivência dos alunos na biblioteca;
  • Orientação para pesquisa de livros, matérias, artigos científicos no acervo físico e em bases de dados;
  • Levantamento bibliográfico sobre assuntos apresentados em sala de aula;
  • Leitura comparativa de dois ou mais autores, descobrindo os contrapontos entre eles;
  • Busca de notícia do cotidiano para relacionamento com a teoria apresentada em sala de aula;
  • Leitura de texto curioso, polêmico, que apresente dicotomia de opiniões, para apresentação em sala de aula;
  • Leitura de texto para retirada da ideia central, com a marcação de palavras-chave;
  • Elaboração de texto, a partir de pesquisa, para apresentação de seminário em sala de aula;
  • Escolha de trabalhos científicos da internet para leitura e elaboração de um trabalho fruto dessa leitura;
  • Levantamento de definições sobre certo tema na concepção de vários autores; Busca de um tema desconhecido para aprofundamento de conhecimento, iniciando pelas obras de referência e depois em obras específicas;
  • Trabalho junto aos anúncios de jornais para vivenciar situações em sala de aula;
  • Busca de imagens na WEB representativas de situações comentadas em sala de aula.
São inúmeras as opções que podem ser utilizadas, inclusive sugeridas pelos professores e alunos, para votação em sala de aula e colocação em prática. Cabe ao bibliotecário recepcioná-los bem no espaço, conduzir e orientar corretamente as pesquisas, após a definição pelo professor, tanto na técnica, como no que tange ao rigor científico e à questão dos direitos autorais.

A seguir, situam-se ações em contexto temporal, que podem ser planejadas, para enriquecer as práticas pedagógicas.

Sugestões de ações de curto prazo:
  • Levantar junto à Coordenação do Curso as publicações necessárias para complementar o acervo bibliográfico;
  • Confecção do Manual do Aluno referente aos serviços da Biblioteca;
  • Reunião com a coordenação do curso para planejamento das práticas pedagógicas;
  • Promover o acolhimento de forma coletiva e programada dos alunos ingressos no semestre/ano, em parceria com a Coordenação do Curso, por intermédio de visitas no horário de aula, acompanhadas pelo professor de disciplina introdutória, como forma de apresentar os serviços e normativos da biblioteca, incluindo o evento no calendário acadêmico;
  • Planejamento da comemoração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, conforme preceitua o Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1980, em parceria com a unidade de marketing, institucionalizando o evento com a inclusão no calendário escolar/acadêmico.
Sugestões de ações de médio e longo prazo:
  • Projeto de endomarketing com campanhas regulares, sistemáticas e temáticas, em parceria com a unidade de marketing, a fim de divulgar e valorizar a unidade biblioteca, revertendo em valores didático-pedagógicos para somar às atividades acadêmicas;
  • Elaboração de projeto de apresentação institucional da Biblioteca aos alunos novatos, em mídia digital, em parceria com a unidade de marketing, incluindo o evento no calendário escolar/acadêmico;
  • Educação para uso correto dos recursos informáticos no ambiente escolar/acadêmico;
  • Comemoração de calendário cultural, conforme interesse, contextualizando com os temas abordados em sala de aula, por meio da representatividade dos alunos ou de pessoas convidadas;
  • Projeto de responsabilidade social.

[1] Entenda-se aqui livro nas mais diferentes formas da atualidade.
[2] Válidas e pertinentes até a atualidade.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

AS 5 LEIS DE RANGANATHAN X DSI

Por Ana Luiza Chaves

Revendo as teorias biblioteconômicas ensinadas nos bancos acadêmicos, deparei-me com dois assuntos extremamente explorados durante o curso, os quais são passíveis de verificação e checagem na prática bibliotecária, são eles: “As 5 Leis de Ranganathan” e a “Disseminação Seletiva da informação (DSI)”.

Uma vez fazendo a releitura desses dois conteúdos, coloquei um para dialogar com o outro, e cheguei à seguinte conclusão: o DSI transcorre obedecendo as 5 Leis de Ranganathan, que o norteia, para que cumpra a sua função, possibilitando, dentro da subjetividade de cada usuário, atuar com objetividade, senão vejamos.

Antes de iniciar, conceituei o DCI, a partir do meu contexto: Serviço de divulgação informacional, mantido periodicamente por uma instituição, que atende a uma clientela previamente cadastrada e perfilada em um sistema específico, de acordo com seus interesses de pesquisa e de educação continuada.

No primeiro momento, quando os conteúdos da DSI são divulgados, constatamos o exercício da primeira lei: 1. OS LIVROS SÃO PARA SEREM USADOS (Divulgação).

Em seguida, como já se conhece bem o leitor, a segunda lei entra em ação: 2. TODO LEITOR TEM SEU LIVRO (Perfil).

Depois, quando essa divulgação tem direção certa para alguém, as duas leis seguintes ficam em evidência: 3. PARA CADA LEITOR SEU LIVRO (Acesso) e 4. POUPE O TEMPO DO LEITOR (Atendimento).

E, por fim, na continuidade do serviço, rompendo espaço, paredes e tempo, vimos ser colocada em prática a última lei 5. A BIBLIOTECA É UM ORGANISMO EM EVOLUÇÃO (Novidades), porque a cada dia ela se renova e tem mais a oferecer.

Não sei se alguém já refletiu dessa forma antes, mas penso que daria uma boa temática para pesquisa, não daria mesmo?


segunda-feira, 1 de julho de 2019

SAIU NA MÍDIA! PROFISSÃO EM ALTA!

Por Ana Luiza Chaves

Quem não viu pode ainda ver a matéria que foi ao ar na semana passada, que traz o bibliotecário com uma das profissões promissoras, que estão em alta. 

O foco da matéria é o futuro do trabalho, a necessidade de aprender mais e mais para se dar bem e enfrentar o mundo de hoje cheio de transformações.

A reportagem traz a adaptação de profissionais à novas situações que tiveram de enfrentar, dentre elas, uma bibliotecária.

A profissão está em alta, mas não da forma como era no passado, deve se adaptar à nova realidade da atualidade, carregada de tecnologias e de novas tendências.

Imagem disponível em Penseavanti

O advento febril da Internet, as mídias em diferentes plataformas, os usuários com novas demandas, os novos problemas de informação a serem solucionados, tudo isso são transformações eminentes, e com elas surgem as novas oportunidades.

Mas é necessário ter visão para enxergar, atitude para encarar e abraçar, vontade para aprender e sobretudo, resiliência para saber conduzir e se manter.

São novos tempos para uma velha profissão, que vai se adequando conforme as exigências do mercado e da sociedade e se renovando a cada dia. Já vimos que não vai deixar de existir, mas que são necessárias adaptações, parcerias, conhecimento e interdisciplinaridade para o "fazer bibliotecário".

E você, já parou para pensar como anda o seu "fazer bibliotecário"?