terça-feira, 8 de outubro de 2019

QUEM ESTÁ AQUI DESDE O COMEÇO?

Por Fabíola Bezerra

Criei a página do Mural Interativo do Bibliotecário no Facebook em abril de 2013, naquela altura, todas as manhãs, para ser mais exata, às 8h da manhã, postava um texto autoral.

A escrita era descontraída, longe da rigidez dos textos acadêmicos, foi a maneira que escolhi para partilhar um pouco da minha experiência profissional e da minha visão sobre o dia a dia da profissão e da atuação do bibliotecário. Pouco a pouco, aquela escrita descontraída foi “caindo” no gosto dos colegas bibliotecários e a nossa página foi crescendo exponencialmente. Era um tempo em que o conteúdo postado chegava no feed dos seguidores de forma orgânica e sem nenhum investimento de patrocínio. Gostava de comparar o Facebook como uma pracinha de uma cidadezinha do interior, onde todas as pessoas se encontravam para conversar e atualizar os assuntos do dia a dia.

Em três meses a “fama” do Mural já tinha ultrapassado as fronteiras do Ceará e já se espalhava pelo Brasil. Em julho do mesmo ano, participei do XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação que aconteceu em Florianópolis, foi a oportunidade que tive de conhecer muitos dos colegas bibliotecários que já seguiam o nosso trabalho.

Durante o evento aconteceu uma coisa interessante, estava no elevador do hotel em que estava hospedada junto com uma moça que também participava do CBBD, na ocasião usava meu crachá e percebi que ela olhava insistentemente para o crachá como se quisesse ler o meu nome, confesso que me senti um pouco sem jeito com a situação, então era olhou para mim e disse:

__ “Você é a Fabíola Bezerra, aquela dos textos bem bacanas?

Dei uma risada de alívio e confirmei que sim. Embalada pela “emoção” como de alguém que encontra pessoalmente “seu primeiro fã” disse para ela assim:

__”Preciso registrar esse momento, pois afinal de contas não é todo dia que você encontra um fã”.

Demos uma risada as duas e registramos o encontro.


Essa moça se chama Emanuelle Amaral desde então seguimos o trabalho uma da outra, tenho acompanhado pelas redes sociais o seu crescimento profissional.


Domingo último ela enviou uma foto dela durante a apresentação do seu trabalho no #CBBD2019. Poderia ser apenas uma foto que registrava o momento, mas o envio da foto tinha um propósito: mostrar que ela vestia uma blusa da T-shirts Mural durante a sua apresentação, o modelo da blusa apresenta a frase “Toda a biblioteca será o que for o seu bibliotecário”, ao enviar a foto ela disse assim: “Fiz sucesso com ela no CBBD! [...] Ela é a cara da minha pesquisa ♥”.

Depois da nossa conversa no Instagram fiquei pensando sobre o longo caminho que trilhamos até chegar aqui, pensei o quanto o Mural foi importante como canal para nos levar até outros colegas bibliotecários.

Assim como a Emanuelle muitos outros estão conosco desde o início. Conta pra gente aí nos comentários se você está no nosso time desde o começo.


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

LEITURA: GOSTO OU HÁBITO OU GOSTO E HÁBITO?

Por Ana Luiza Chaves

Essa é uma discussão antiga. A dualidade reflete as tendências: o prazer e a obrigação.


O hábito pela leitura habita de forma insistente no cotidiano do leitor. É algo tão automático que pode não haver escolhas. É, às vezes, o contexto, a obrigação habitual de ter que ler, de cumprir alguma tarefa que exige a leitura prévia ou simplesmente porque está ali a sua frente e lhe chamou a atenção. Podemos estar falando aqui de um procedimento, de um jornal, pois temos que ficar informados de tudo que se passa ao nosso redor, dos apelos de um outdoor, daquele livro que compramos por impulso, o qual iniciamos a leitura e agora temos que terminar ou ainda daquela lei ou norma que é fundamental para o exercício de uma tarefa.

Bibliotecários e arquivistas sabem muito bem do que estou falando. Não que em outras profissões essa necessidade não exista, mas naquelas funções o ato de ler é fundamental, lê-se tudo que se recebe, é necessário ler para de alguma forma fazer com que essa leitura chegue de forma direta e enxuta ao leitor/pesquisador, não na íntegra, é claro, mas, em formato de palavras-chave, descritores, indexadores, que traduzem essa leitura. Portanto, neste caso, existe o hábito obrigatório, mas, dentre essas leituras, tem aquela que chamou mais atenção, fazendo com que se demorasse mais nela, ultrapassando os limites da leitura técnica e até tomando o tempo que deveria ser dispensado as outras leituras ainda por vir.

Importante essa ressalva para se adentrar no outro aspecto dessa postagem, o gosto pela leitura. Este faz com que o leitor faça escolhas, tenha preferências e só leia de fato o que goste. Ele gosta de ler, mas de forma seletiva e até esporádica. Mas, de tanto ler suas escolhas ele pode passar a ter esse hábito, então aí teremos o gosto e o hábito pela leitura. 

E fazendo a leitura de tudo isso, tentando explicar melhor, utilizando a matemática para simplificar o complicado e entender melhor esse contexto, temos: o conjunto de leitores habituais, o conjunto de leitores por satisfação, sendo a interseção de ambos, ou seja, quem simultaneamente tem o hábito de ler e gosta de ler, na minha concepção, o verdadeiro leitor!