segunda-feira, 15 de junho de 2015

BALCÃO DE BIBLIOTECA: ONDE ACONTECE UM POUCO DE TUDO


por Ana Luiza Chaves

 
Existe lugar mais movimentado e cheio de novidades do que um balcão de biblioteca? Tenho a certeza de que todo bibliotecário tem muito que contar sobre experiências vividas por trás de um balcão, junto aos seus usuários.

Além do próprio atendimento, tarefa básica e essencial de uma biblioteca, o balcão serve de apoio para muitos usuários, pois é um tipo de “pit stop” na recepção, bem como uma espécie de repouso, do tipo: “Enfim, cheguei à fonte, tenho sede, agora quero beber!”.

Para quem fica do outro lado do balcão, os bibliotecários ou os auxiliares atendentes, o balcão funciona como limítrofe, como uma espécie de barricada, de trincheira, não que os usuários ataquem os atendentes, mas, de certa forma, os protegem, impõem “regras”, ordem e limites na “casa”.

Não vamos falar aqui do que acontece normalmente durante um atendimento (alguém que tenta se explicar porque atrasou na devolução do livro, ou confessa que nem sequer chegou a abrir o livro que tomou por empréstimo, ou quem solicita a bibliografia sobre um determinado assunto), mas sim exatamente daquilo que foge da normalidade, até porque o movimento de uma biblioteca não é igual todos os dias, os usuários que a frequentam promovem essa mudança, pois cada um tem a sua história de vida, suas demandas, seu modo diferenciado de se comunicar e de se fazer entender.

Pois bem, há quem chegue e fale como o seu dia foi difícil, contando sobre um problema pessoal que está passando, ou que não conseguiu êxito na prova e está triste por isso. Outros que brigaram com o(a) namorado(a) e terminam compartilhando e externando o sentimento de angústia. Os mais entusiasmados contam as novidades e indagam sobre outras. Muitos acham que sabemos de tudo e perguntam tudo. Por fim, há os mais revoltados (ou estressados), que não concordam com isso ou aquilo e reclamam de tudo.

Enfim, balcão de biblioteca tem um pouco de muro das lamentações, confessionário, central de aconselhamento, SAC, primeira página, balcão de reclamação... Tudo isso e mais alguma coisa, e os bibliotecários seguem juntos, cumprindo o seu papel, fazendo aquele “algo mais” que no deixa bem humanos, por isso às vezes somos multifacetados, psicólogos, orientadores, outras vezes assistentes sociais, afinal, sobretudo, somos educadores.

E você? Tem alguma história de balcão de biblioteca para contar?

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