segunda-feira, 12 de agosto de 2019

EU TAMBÉM TENHO TESOUROS DE BIBLIOTECAS

Por Ana Luiza Chaves

Mais de cem anos é a idade desse livro, Anna Karenina, fantástica obra de Leon Tolstoi, que já passou pelas mãos de três gerações da minha família. A edição é de 1912, da Guimarães Editores, de Lisboa.


Recebi do legado literário de uma tia, que por sua fez recebeu de sua mãe, minha avó paterna Luiza, de quem herdei o nome.

Anna Karenina, a obra, resistiu ao tempo, mas, Anna Karenina, a personagem, não resistiu à aventura de viver um romance extraconjugal, um amor arrebatador e proibido, fatal para a época, que foi evoluindo e declinando em meio a amores e rumores, encontros e desencontros, verdades e mentiras, humilhações, crises e destruições.

Quem ainda não leu, precisa ler, é um clássico da literatura russa e mundial, que retrata a vida da aristocracia na Rússia czarista, cheia de conflitos, complexidade e ambiguidade nas relações de família.

Na minha concepção uma relíquia, um tesouro, que guardo na minha estante.

E sobre prendas do lar, quem já ouviu falar?

Se você é nascido posteriormente ao último quartil do século XX, provavelmente não sabe do que se trata. Segundo o Aulete Digital, prendas do lar é: “Trabalho daqueles cuja atividade, não remunerada, é cuidar do lar, como as mães, esposas, etc.”

Qual mulher dessa época e de tempos atrás não aprendia por obrigação as tais prendas do lar? Bordar, costurar, tricotar, cozinhar, passar, arrumar, dentre outras, eram as tarefas unicamente dedicadas ao sexo feminino, que deviam ser ensinadas pela mãe, tendo em vista o seu único futuro, o casamento.

Nessa raridade de livro, "A Mulher e o lar", da Editora Globo (1949), do legado de outra Tia, de quem herdei o nome Ana, encontramos algumas técnicas e dicas de trabalhos manuais para a dona de casa das primeiras décadas do Século XX. Frivolitė, tricot, filet, crochet, dentre outras, são ensinadas passo a passo nos fascículos editados periodicamente.


Hoje temos tudo isso no ciberespaço, no Pinterest, em blogs específicos e até em fanpages, uma facilidade enorme, comparada à forma nostálgica de adquirir, de acessar e de colecionar de outros tempos.

E hoje temos também a mulher em outro contexto frente ao casamento e ao seu posicionamento na sociedade, atuando em diversas atividades, conforme o seu desejo. É óbvio que ainda há aquelas que se dedicam a essas atividades, mas, é óbvio também, que ao fazê-lo é por desejo próprio, por prazer, por opção, ou em função de uma atividade profissional. Para aquelas que não gostam, não têm aptidão ou tempo para se dedicarem a tais atividades, há agências que oferecem profissionais especializados nesse mister.

São livros que contam histórias de outros tempos, verdadeiros tesouros. E você, tem algum tesouro de biblioteca para compartilhar?

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