Por Fabíola Maria Pereira Bezerra
- Ah eu conheço esse cheiro!
Quantas vezes nossa memória
de cheiro deu um alerta diante de um cheiro que nos lembrou de alguém, alguma
coisa ou algum lugar?
Quando pensamos, por
exemplo, em cheiro de bebê, imediatamente associamos ao cheirinho da lavanda Johnson.
Ou quando pensamos em um carro novo, antes mesmo de pensar no modelo, ou na
cor, lembramo-nos daquele “cheirinho de carro novo”, e somos possuídos por um
incrível sentimento de desejo de um carro “0 Km”.
Muitas marcas apostaram no
sentimento de satisfação dos clientes a partir do cheiro inconfundível de cada
produto. O Brand Sense estuda exatamente isso, e procura entender o papel que
cada um dos sentidos desempenha para criar um caso de amor entre um consumidor
e sua marca. Entendendo a lógica de compra e fidelização de consumidores com
produtos e marcas a partir de uma relação sensorial, que envolve todos os cinco
sentidos, ou algo que apela para as emoções, onde “as marcas têm que se
transformar em uma experiência sensorial que vai muito além do que vemos”.
O inconfundível cheiro de
livro novo é conhecido por todos que possuem uma relação amigável com a
leitura, assim como o inverso acontece com o livro velho que adquire um cheiro
forte e inusitado de mofo.
As coisas e os locais
produzem uma série de sinais claros e inconfundíveis por meio de nossos
sentidos, “quanto maior for o número de faixas que gravamos uma experiência,
melhor será a lembrança que teremos dela”.
Levando essa relação
sensorial para os ambientes das bibliotecas, poderemos procurar conhecer, por
exemplo, a relação que cada usuário tem com o ambiente da biblioteca. Ou, em
outra hipótese, procurar desenvolver um cheiro que seja associado ao ambiente
da biblioteca, fazendo com que cada usuário que se relacione com a biblioteca
leve consigo na memória “o cheiro da biblioteca”.
É bom entender que o
cheirinho de carro novo “não existe” pelo menos no sentido orgânico, pois “a
fragrância ‘carro novo’ pode ser encontrada no interior de latas de aerossol no
chão das fábricas”. O cheiro criado e associado ao carro novo “nada mais é do
que uma estratégia de marketing que apela diretamente e com sucesso para a
fantasia”.
Nesse sentido, também poderemos
criar um cheiro para nossas bibliotecas, e junto dele desenvolver uma relação sensorial
em cada um de nossos usuários.
Pense nisso! ;-)
Texto
baseado no livro Brand Sense: segredos sensoriais por trás das coisas que
compramos, de Martin Lindstrom.
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