quinta-feira, 12 de março de 2015

OS CAMINHOS TRILHADOS NA BIBLIOTECONOMIA


Por Fabíola Maria Pereira Bezerra


O percurso profissional é marcado por diferentes experiências de natureza prática e teórica, algumas vezes nos deparamos no dia a dia do nosso fazer bibliotecário com a possibilidade de validar algumas teorias conceituais, outras vezes, as experiências vívidas no trato com nossos usuários, nos levam a construção de novas teorias, a Biblioteconomia é um aprendizado constante e contínuo.

A possibilidade de trabalhar e ou estagiar em diferentes tipologias de bibliotecas, complementam com segurança as lacunas deixadas na época de faculdade. O aprendizado ao longo da vida tão fortemente defendido neste século 21 deve ser o compromisso diário do bibliotecário, a prática da aprendizagem pautada nos quatro pilares da educação nos leva a um processo constante de “aprender a conhecer”, em busca de um conhecimento que não se esgota. Ao “aprender a fazer” novas práticas e novas habilidades, as experiências vividas, nos ensinam acima de tudo o desafio de “aprender a conviver”, habilidade fundamental para quem vai trabalhar com diferentes públicos, e, finalmente, as experiências no exercício da profissão, facultam a possibilidade de “aprender a ser”. Os saberes e competências adquiridas devem caminhar entrelaçados, uma vez que todas se relacionam e interagem entre si com um único propósito: a formação do bibliotecário.

Citamos ainda a motivação, o entusiasmo, a curiosidade, a ousadia, a coragem, e a perspicácia como características que diferenciarão o bibliotecário, possibilitando-o que consiga vencer os desafios advindos das tecnologias que rapidamente automatizam nossa profissão. Aliar forçar com as tecnologias é sinal de sabedoria e o passaporte que garantirá um excelente desempenho profissional.

Minha geração profissional literalmente migrou do manual para o digital, tivemos nossas práticas radicalmente alteradas em função do uso maciço das tecnologias no processo de recuperação da informação, aprendemos a conviver com o usuário virtual e os documentos nas nuvens. Restou-nos a hipótese da qualificação e do enquadramento em um novo cenário que não aceita e não tem espaço para o profissional tradicional.

Mudei minhas práticas, mas não mudei minha essência, o meu compromisso com a qualidade do meu trabalho foi favorecido com o uso das tecnologias em prol do que eu acredito profissionalmente. Antigamente falava de Biblioteconomia ao vivo com meia dúzia de bibliotecários amigos, hoje, interajo com quase 4000 outros bibliotecários espalhados nos quatro pontos do planeta por meio do Mural Interativo do Bibliotecário.

FELIZ BIBLIOTECONOMIA PARA VOCÊS!

sexta-feira, 6 de março de 2015

E A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO...? COMO ESTÁ...?

Por Fabíola Maria Pereira Bezerra



É sabido que os códigos de catalogação e classificação no processo de representação da informação são ferramentas de trabalho do bibliotecário. Na universidade, as disciplinas de catalogação e classificação são obrigatórias, pois é no processo de formação do profissional que o mesmo adquire habilidades para manuseio e uso dos códigos.

No meu tempo de faculdade, o Curso de Biblioteconomia possuía vários “jogos” da CDD e da CDU para os alunos, hoje ouvi dizer que estas ferramentas não existem em uma universidade que fica “logo ali”. Fica então a dúvida: como pode um Curso de Biblioteconomia não possuir códigos de classificação para os alunos?...Ou será que inventaram algo mais moderno e eu não estou sabendo?

segunda-feira, 2 de março de 2015

INÍCIO DE SEMESTRE NAS BIBLIOTECAS: SEJAM BEM-VINDOS!


por Ana Luiza Cavalcanti Farias Chaves


Início de semestre é momento oportuno para apresentar a Biblioteca, seus produtos e serviços, normas e procedimentos aos novos alunos. Para a maioria deles, é o primeiro contato com a instituição biblioteca, para outros, é a chance de conhecer mais uma biblioteca, por esse motivo, é importante pensarmos nas estratégias para atingir esse público, seja de alunos novatos ou veteranos, a fim de que possamos, enquanto administradores do sistema, dar o nosso recado da forma mais abrangente possível.

Não há uma forma única, uma receita de bolo, até porque cada biblioteca tem os seus objetivos e seu público específico. A verdade é que dispomos de vários meios, canais e mídias para fazê-lo com excelência, bastando para tanto, usarmos a criatividade e fazer um bom planejamento prévio das ações a serem tomadas com a equipe de trabalho, alinhando-o com a coordenação/direção e focando nos usuários.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CLASSIFICAÇÃO POR CONTEXTO

Por Fabíola Maria Pereira Bezerra e Francisco Edvander Pires Santos

Na era em que os sistemas de classificação encontram-se cada vez mais cadastrados em nossos sistemas de recuperação da informação (entendam-se também softwares de automação), todo cuidado é pouco com os termos “isolados”, aqueles que nem sempre são cadastrados com complemento ou com modificador em nossas bases de dados.

Por conseguinte, a identificação de um assunto de forma “isolada” poderá resultar numa recuperação truncada, pois existem termos semelhantes que remetem a contextos distintos e que podem ser encontrados em diversas classes. Para ilustrar, lembramos rapidamente de termos como “manga” (fruta e manga de camisa), “raízes” (parte da planta e no contexto da Sociologia) e “tempo” (no aspecto da Língua Portuguesa ou da Astronomia), dentre outros exemplos.

Cuidados nesse sentido podem evitar que livros fiquem completamente “perdidos” no meio das estantes e em classes que não lhe pertencem. Quando equívocos assim acontecem, é possível, por exemplo, acontecer de um livro que aborda o assunto “tempo” em Astronomia (mais especificamente na classe 529 - Cronologia) estar equivocadamente localizado no meio dos livros classificados como tempo verbal (sob a notação 469.562).



Fica-nos, portanto, três lições:

1. Mesmo que o sistema recupere o termo exato que você procura, faz-se necessário recorrer ao CONTEXTO no qual esse termo está inserido, pois um termo “isolado” pode nos conduzir ao equívoco, e o item classificado corre o risco de “se perder” no acervo em meio a um assunto não correspondente;

2. Nem sempre colocar em prática a ideia de que catalogar determinado item trata-se de um trabalho “mecânico”, já que a classificação nos exige uma análise conceitual e detalhada do item;

3. Por via das dúvidas, sempre comparar se a notação e o assunto trazidos pelo sistema correspondem àquelas especificadas na versão impressa do sistema de classificação adotado pela instituição (seja CDD ou CDU) e sempre verificar se no acervo já consta alguma obra equivalente à que será catalogada.

Além disso, estar atento aos sinônimos da língua portuguesa e/ou inglesa também servirá de grande auxílio para evitar situações como essas e, como consequência, para conduzir em tempo hábil os nossos usuários às obras requisitadas.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

OS PERIÓDICOS IMPRESSOS ESTÃO RECEBENDO O DEVIDO DESTAQUE QUE MERECEM?



por Ana Luiza Cavalcanti Farias Chaves
 
Falando de periódico, independente da sua natureza e do seu tipo de suporte, eles realmente agradam e preenchem uma lacuna deixada pelos livros, não que estes sejam dispensáveis ou menos importantes, absolutamente, cada tipo de publicação e fonte de informação tem a sua finalidade, mas, aqueles são mais dinâmicos, trazem a efervescência da matéria, é o pão que acabou de sair do forno.

E falando em forno, depois da fornada de periódicos eletrônicos, inclusive daqueles de acesso online e aberto, e do encantamento que eles causam, fica a pergunta: Os periódicos impressos estão recebendo o devido destaque que merecem, com sinalização específica, estantes apropriadas e indexação adequada?

É óbvio que praticidade, visibilidade, acessibilidade, mobilidade, operabilidade e tantas outras “idades” dos eletrônicos facilitam por demais a nossa vida (dos bibliotecários), bem como a dos usuários, mas, o periódico impresso não deixa de ter seus encantos, seja lá qual for a sua idade. Marcam presença e têm público cativo, sejam eles científicos ou não científicos, tanto em função do volume e forma, como pela química do toque do folhear, do olhar e até do cheiro.

E, como são periódicos na essência da palavra, movimentam o fluxo de entrada de publicações, estão sempre chegando, marcando presença diariamente, semanalmente, quinzenalmente, e tantas outras mentes, aliás, elas ficam bem mais brilhantes depois que fazem a leitura.



O fato é que enchem as prateleiras das estantes, se espalham, tomam espaço e haja espaço para dar conta de tantas coleções...

Os periódicos científicos, previamente analisados por pares e dentro de um padrão de qualidade, são indexados em bases de dados e se destinam a promover o progresso da ciência, pois trazem o resultado de novas pesquisas e estas ensejam novas pesquisas, criando um verdadeiro círculo virtuoso.

Os periódicos não científicos trazem matérias do dia a dia, escritas por jornalistas, cronistas renomados ou até técnicos de alguma área específica. A sua importância, vai além da atualização, pois podem despertar alguma inquietação junto ao leitor, acarretando em uma futura pesquisa.

Científicos ou não científicos, sabemos que os periódicos impressos têm o seu valor. Não vamos, então, subestimá-los, em detrimento aos eletrônicos, valorizá-los é, sobretudo, respeitar as origens, as tendências e preferências de nossos usuários, garantindo-lhes informação e conhecimento sem discriminação.

Na recuperação da informação, o importante é o resultado e não a forma e/ou suporte!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

"LIFE AN A SERVICE”: NÓS JÁ FAZEMOS ISSO NAS BIBLIOTECAS!

por Fabíola Maria Pereira Bezerra
 
Lendo sobre marketing digital, e-commerce e assuntos correlatos, eu me deparei com uma palestra no youtube de Murilo Gun, um administrador de empresa que de maneira bem humorada faz palestras pelo Brasil falando sobre LIFE AN A SERVICE, Murilo apresenta o mesmo como o “futuro do varejo”, trocando em miúdos, o termo aborda “novos modelos de negócios baseados em acesso”.

Em sua palestra ele ressalta uma “nova” tendência do consumidor, quando o mesmo reduziu a propriedade de produtos e migrou para um novo modelo de consumo “baseado em acesso aos benefícios dos produtos, como se eles fossem um serviço”, ou seja, o consumidor deixa de adquirir o produto e passa a utilizar o serviço.


Ora, isso é o que as bibliotecas fazem desde sempre: o livro como objeto de acesso, com uso compartilhado por dezenas, e até centenas de usuários.

Quando vejo o conceito de “acesso” no lugar da “posse” divulgado como uma novidade para o comércio, fico pensando que nós nas bibliotecas já internalizamos isso como um metiê do nosso trabalho, que até esquecemo-nos de agregar isso como valor para os nossos usuários, deixamos de ressaltar o obvio quando não mostramos o uso dos livros das bibliotecas como mais valia, onde os usuários deixam de capitalizar altos recursos para compra de livros e passam a ter acesso gratuitamente a milhares deles a custo zero.

O movimento ESQUEÇA UM LIVRO, nada mais é do que o conceito de "life an a service", o curioso é que a iniciativa aqui no Brasil não partiu de um bibliotecário. Obviamente que nas bibliotecas, por uma questão burocrática e legal, não é possível criar uma "partilha" nos moldes do "esqueça um livro" com o acervo da biblioteca, mas, poderemos sempre criar novas perspectivas e novos olhares para a "arte" milenar de emprestar livros em bibliotecas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CUIDADOS COM A SAÚDE AO MANUSEAR NOSSOS ACERVOS


Alguns tipos de mofo encontrados em coleções de bibliotecas e arquivos, como certas espécies de Aspergillus, podem causar sérios males, ou até mesmo a morte, a indivíduos susceptíveis [...] Ainda, sem qualquer relação com as espécies presentes, indivíduos com alergias sérias, diabetes, asma, problemas respiratórios ou sistema imunológico comprometido, bem como aqueles que estejam usando esteróides, deveriam evitar a área e os materiais afetados.
 

Mesmo a exposição a mofos não altamente tóxicos pode causar conseqüências sérias à saúde, incluindo problemas respiratórios, irritações na pele e nos olhos, além de infecções. Os esporos do mofo adentram o corpo por inalação e através de pequenas aberturas na pele. ‘Florescimentos’ maiores e aqueles que envolvem espécies altamente tóxicas requerem ajuda
de profissional habilitado. Os seguintes acessórios e procedimentos de proteção são necessários para se lidar com eclosões menores, após um micologista ter verificado a ausência de espécies altamente tóxicas:

• Respirador com um filtro para partículas, do tipo HEPA (High Efficiency Particulate Air) NÃO uma máscara de poeira.
• Luvas de plástico descartáveis.
• Óculos ou outro dispositivo de proteção aos olhos.
• Macacões ou aventais de laboratório, de preferência descartáveis.
• Proteções (capas) para os pés e a cabeça, para ambientes com muita sujeira. Remoção dos macacões, aventais de laboratório e dos acessórios de proteção para uma área ‘suja’ escolhida.
• Desinfecção periódica dos acessórios não-descartáveis. Lavagem dos aventais de laboratório, macacões, e outros itens laváveis em água quente e com substâncias de alvejamento. Limpeza dos respiradores com isopropanol (álcool de polimento), álcool comercial ou Lysol e troca regular dos filtros. (PRICE, 2001, p. 27).

E você? Tem levado a sério a prevenção contra doenças em seu ambiente de trabalho? Já adquiriu ou conhece alguém que tenha adquirido algum problema de saúde ao desempenhar as suas funções? Compartilhe conosco!

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Texto extraído de:

PRICE, Lois Olcott. Como lidar com uma contaminação de mofo: instruções em resposta a uma situação de emergência. In: OGDEN, Sherelyn et al. Emergências com pragas em arquivos e bibliotecas. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 2001. p. 25-34. Disponível em: <http://www.portalan.arquivonacional.gov.br/media/CPBA%2026%20a%2029%20Emerg%20Pragas.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2015.