segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CLASSIFICAÇÃO POR CONTEXTO

Por Fabíola Maria Pereira Bezerra e Francisco Edvander Pires Santos

Na era em que os sistemas de classificação encontram-se cada vez mais cadastrados em nossos sistemas de recuperação da informação (entendam-se também softwares de automação), todo cuidado é pouco com os termos “isolados”, aqueles que nem sempre são cadastrados com complemento ou com modificador em nossas bases de dados.

Por conseguinte, a identificação de um assunto de forma “isolada” poderá resultar numa recuperação truncada, pois existem termos semelhantes que remetem a contextos distintos e que podem ser encontrados em diversas classes. Para ilustrar, lembramos rapidamente de termos como “manga” (fruta e manga de camisa), “raízes” (parte da planta e no contexto da Sociologia) e “tempo” (no aspecto da Língua Portuguesa ou da Astronomia), dentre outros exemplos.

Cuidados nesse sentido podem evitar que livros fiquem completamente “perdidos” no meio das estantes e em classes que não lhe pertencem. Quando equívocos assim acontecem, é possível, por exemplo, acontecer de um livro que aborda o assunto “tempo” em Astronomia (mais especificamente na classe 529 - Cronologia) estar equivocadamente localizado no meio dos livros classificados como tempo verbal (sob a notação 469.562).



Fica-nos, portanto, três lições:

1. Mesmo que o sistema recupere o termo exato que você procura, faz-se necessário recorrer ao CONTEXTO no qual esse termo está inserido, pois um termo “isolado” pode nos conduzir ao equívoco, e o item classificado corre o risco de “se perder” no acervo em meio a um assunto não correspondente;

2. Nem sempre colocar em prática a ideia de que catalogar determinado item trata-se de um trabalho “mecânico”, já que a classificação nos exige uma análise conceitual e detalhada do item;

3. Por via das dúvidas, sempre comparar se a notação e o assunto trazidos pelo sistema correspondem àquelas especificadas na versão impressa do sistema de classificação adotado pela instituição (seja CDD ou CDU) e sempre verificar se no acervo já consta alguma obra equivalente à que será catalogada.

Além disso, estar atento aos sinônimos da língua portuguesa e/ou inglesa também servirá de grande auxílio para evitar situações como essas e, como consequência, para conduzir em tempo hábil os nossos usuários às obras requisitadas.

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