Dias dos Pais vem aí... Que tal pensar nos pais da Biblioteconomia?
Elejo os Pais da Biblioteconomia e teço algumas
considerações sobre suas atuações, a partir das informações disponíveis na
grande rede.
Inicio com Calímaco de Sirene (310 a.C.-240 a.C),
na Antiguidade, professor, gramático, poeta, mitógrafo grego, bibliotecário e
diretor da Biblioteca de Alexandria, com o feito de organizar o primeiro
catálogo sistematizado, organizando 490.000 rolos de papiros, para elaboração
de um catálogo por assunto, onde constariam por essa ordem, os nomes dos
autores alfabeticamente organizados. Considerando o contexto da época, Calímaco
iniciou, assim, a ordem do caos. Antes dele, somente por sorte alguém seria
capaz de encontrar um texto específico.
Passo agora para São Jerônimo (348-420), nos fins
da Antiguidade, o Santo Doutor da Igreja Católica, que traduziu a Bíblia do
grego antigo e do hebraico para o latim. Essa edição foi denominada Vulgata,
que é o texto oficial da Igreja Católica, originando-se dela outras traduções
em línguas românicas. Há fontes que o considera o santo padroeiro dos
Bibliotecários, pelo grande leitor que foi, pela excelente memória que tinha,
por ter a maior biblioteca pessoal da Roma Antiga e pela ajuda em estabelecer a
biblioteca papal em Roma, no século IV.
No meio da Idade Moderna surge um novo pai, Gabriel
Naudé (1600-1653), agora mais preocupado com a profissão e com o profissional
decorrente dela, libertando os livros da prisão, abrindo a biblioteca para o
público, tornando-a mais dinâmica, sobretudo com a atuação do bibliotecário,
que passou a se voltar para a orientação da leitura.
Retomo a paternidade com Melvil Dewey (1851-1931),
bibliotecário norte-americano, responsável pela Classificação Decimal
Dewey-CDD, que tanto estudamos nos bancos acadêmicos, para aplicar na prática
bibliotecária de classificar livros e alocá-los por assuntos nas estantes. O
sistema é decimal, contendo 10 classes principais, 100 divisões e 1000 seções,
obedecendo a uma hierarquia, foi tão difundido quanto modificado e expandido,
existindo hoje mais de 20 edições. As bibliotecas da atualidade ainda utilizam
a CDD.
Paul Otlet (1868-1944), foi um pai visionário!
Autor, empresário, advogado e ativista da paz belgo, criou a Classificação
Decimal Universal-CDU, instrumento que foi baseado na CDD, acrescentado de
sinais para auxiliar nas facetas, necessárias para especificar as
particularidades do documento. O autor teve a visão de uma grande rede de
documentos para possibilitar as pesquisas de várias partes do mundo, com equipe
especializada para o atendimento.
Passando pelo Brasil, encontro um pai brasileiro.
Bastos Tigre (1882-1957), o primeiro bibliotecário por concurso no Brasil,
exercendo a função por 40 anos e é por isso que a data de seu nascimento, 12 de
março, é considerada o Dia do Bibliotecário, instituído pelo Decreto nº 84.631,
de 12 de abril de 1980. Bastos Tigre também foi engenheiro, jornalista, poeta,
compositor e humorista.
Finalizo com o pai mais novo: Shiyali Ramamrita Ranganathan
(1892-1972), bibliotecário da Índia, que estabeleceu as cinco leis da
Biblioteconomia há mais de 40 anos e continuam válidas e aplicáveis na
atualidade:
1. Os livros são para usar;
2. A cada leitor seu livro;
3. A cada livro seu leitor;
4. Poupe o tempo do leitor;
5. A biblioteca é um organismo em crescimento.
E você, acrescentaria mais algum pai da
Biblioteconomia a essa lista?
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