A presença de bibliotecas nas redes sociais
torna-se uma realidade cada vez mais presente nos dias atuais, e foi sob essa
perspectiva que apresentamos o nosso trabalho na 26ª edição do Congresso Brasileiro
de Biblioteconomia e Documentação (CBBD 2015), realizado em São Paulo-SP.
A Internet possibilitou novas conexões e ampliou
o universo das bibliotecas no que se refere à comunicação com a comunidade a
que atende. A comunicação, a partir das redes sociais, tornou-se menos rígida e
formal; facilitou, ainda, a interação, a transparência e o compartilhamento de
informações, criando, dessa forma, uma comunicação mais ativa e participativa;
e proporcionou novas formas de interação por meio da Web 2.0. Ao
ingressarem nas redes sociais, as bibliotecas criam demandas diárias de
interação com os seus usuários, exigindo do bibliotecário uma dedicação e uma
disponibilidade de tempo que nem sempre ele dispõe.
Nesse sentido, observam-se, na prática, alguns
entraves enfrentados pelas bibliotecas, que dificultam ou condicionam a sua
presença nas redes sociais, pautados diretamente nas questões dos recursos
humanos, conteúdos e usuários. Corroborando essa afirmação, Godeiro e Serafim
(2013, p. 3) afirmam: “Portanto, faz-se necessário buscar formas de enfrentar
tais desafios, transformando-os em benefícios para a unidade de informação”. Dentre
as dificuldades citadas acima, destacamos as relacionadas com o “conteúdo”; por
meio dele a biblioteca garantirá a sua presença constante nas redes sociais. As
dificuldades das bibliotecas em relação aos conteúdos, segundo afirmam Godeiro
e Serafim (2013), são referentes à “desatualização
dos conteúdos já postados”; “conteúdos
e informações interessantes para o usuário”, e “qual linguagem utilizar, a formal ou informal?”.
Tendo como base essa realidade, a nossa
apresentação teve como “pano de fundo” a fanpage do Mural Interativo do
Bibliotecário, a qual, de acordo com as nossas observações, tem servido de
suporte informacional para bibliotecas e bibliotecários na disseminação de
conteúdos relevantes e atualizados. Ao observarmos o crescimento espontâneo da
página e a repercussão alcançada dentro da rede social, utilizamos as métricas
disponibilizadas pelo Facebook para identificar quem eram os nossos fãs.
Identificamos, então, que, além das pessoas físicas, 86 bibliotecas seguiam a fanpage, considerando o período de
janeiro a março de 2015.
Baseados nessa informação, delineamos o objetivo
geral do nosso trabalho, que foi identificar a contribuição do Mural
Interativo do Bibliotecário como suporte à disseminação de informações
relevantes para as bibliotecas dentro das redes sociais. Como objetivos
específicos, definimos avaliar o interesse das bibliotecas em seguir a nossa fanpage
e descrever a forma como
acontece o engajamento das bibliotecas com o Mural. Nossa justificativa deu-se
pela necessidade de entender a contribuição real que a fanpage apresenta
para as bibliotecas que são seguidoras do Mural Interativo Bibliotecário. Para
tanto, fez-se necessário esclarecermos a escolha do título do nosso trabalho: “Onde o galo canta, almoça e janta”, que
é um título que faz menção a um adágio popular.
Segundo o Dicionário Aurélio, adágio é uma “espécie de
provérbio que recorda com seriedade o que é usual; máxima, sentença popular.”
(AURÉLIO, 2015, online). Em se tratando de mídia social, que lida com acessos,
que geram acessos, que, por sua vez, geram novos acessos e assim por diante, ou
seja, uma verdadeira progressão exponencial, nada mais adequado para este
artigo do que ser intitulado como
algo que é reconhecido pelo povo, que está “na boca do povo” e que é
multiplicado pelo povo, de geração em geração, como é o caso de um ditado
popular. O título, além de
traduzir a troca em si: “Vou cantar aqui, mas, em troca, quero almoçar e, como
gostei, vou também jantar, prossegue além da troca: Já que gostei, vou ficando
por aqui e divulgando por aí, quem sabe fazemos uma orquestra, tocamos os
corações e agradamos ainda mais.”
Mas o que
tudo isso tem a ver com o Mural Interativo do Bibliotecário?
Conforme
temos visto diariamente aqui na fanpage,
essa troca pode ser de informações, de experiências, de ideias, de serviços
e/ou de interesses profissionais. E, fazendo uma analogia com o referido ditado
popular, a ideia não se resume a uma simples troca, pois vai além disso. Para
se permanecer nessa situação de troca constante, de fidelização e de
confiabilidade junto a uma comunidade seleta, há de se ter valor agregado: uma
imagem e uma identidade que traduz hospitalidade, acolhimento, credibilidade,
reciprocidade e encantamento. Os fãs conhecem, validam, confiam, interagem e
divulgam!
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Confira a
apresentação na íntegra em: <http://pt.slideshare.net/muralinterativodobibliotecario/apresentao-cbbd-2015-so-paulo>.
REFERÊNCIAS
AURÉLIO. Adágio. Dicionário do Aurélio.
Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com>. Acesso em: 28 jun.
2015.
GODEIRO, Rebeka Maria de Carvalho
Santos; SERAFIM, Andreza Nadja Freitas. O uso do Facebook como ferramenta para
promoção de serviços em bibliotecas universitárias. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., Florianópolis,
2013. Anais... Disponível em: <http://portal.febab.org.br/anais/article/viewFile/1429/1430>. Acesso em: 22 abr. 2014.
HUNT, Tara. O poder das redes sociais: como o Fator Whuffie – o seu valor no mundo digital – pode maximizar os
resultados de seus negócios. 2. ed. São Paulo: Editora Gente, 2010. 266 p.
PORTO, Camila. Facebook marketing: engajamento para transformar fãs em clientes.
Curitiba: Quartel Digital, 2014. 113 p.