Por Euclides Cumbe - Maputo, Moçambique
Se há um lugar onde muito
se busca, se consome e se produz muita informação, este lugar certamente é a
universidade. Pelo menos é o que se espera destes centros de educação que
trazem em sua essência o ideal de difundir e produzir conhecimento. E,
consequentemente, a biblioteca universitária aparece como uma extensão de tudo
isto, ou melhor, um meio para atingir este ideal, estando fortemente atrelada à
comunidade académica na construção do processo educacional.
E como parte integrante
deste processo, a biblioteca deve estar em consonância com o que propõe a
universidade: a criação de novos cursos, novas formas de ensino, a exigências
de novos suportes de informação etc. Mas não tem sido fácil (ou tem sido
niglegenciado) acompanhar as mudanças incorporadas pelas universidades que, na
maioria das vezes, alteram seus propósitos sem avaliar sua real capacidade de
atender aos mesmos. Na corrida pela expansão
do ensino, criam-se universidades; públicas e privadas; ensino presencial e ou à
distância.
O número de instituições
de ensino superior em Moçambique tem vindo a aumentar, contando actualmente com
44 instituições, a preocupação é que nem sempre expansão e qualificadade do
ensino andam juntas, da forma como se estabelece actualmente este processo, uma
acaba por abdicar da outra. A questão é que criam-se mais instituições de
ensino superior, mais cursos de graduação, mais vagas, mas não se considera de
imediato que na mesma proporção devem-se aumentar os recursos humanos
qualificados para a biblioteca, a verba
para aquisição de material bibliográfico que atendam a este novo público, o
espaço físico para comportar este acervo e os próprios usuários, sem falar na
necessidade de equipamentos, como computadores e mobiliário para estudo.
Isso
não seria problema se as bibliotecas fossem projectadas inicialmente visando o
crescimento futuro da instituição, mas também não é o que normalmente acontece
e a biblioteca acaba por ser apontada por sua insuficiência no atendimento às
demandas universitárias que, na realidade, é uma consequência da ineficiência
do sistema como um todo. Diante das novas demandas informacionais e com o
advento de novas ferramentas de produção e disseminação da informação, novos
desafios surgem e há que questionar: “como serão os universitários do futuro e
as suas necessidades de informação?”
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