segunda-feira, 26 de junho de 2017

NEM SÓ DE TÍTULOS VIVE O BIBLIOTECÁRIO

Por Fabíola Bezerra

Se me perguntarem qual a maior dificuldade para o bibliotecário empreender eu respondo: o medo!
O medo gera dúvidas, incertezas, procrastinação e destrói sonhos. A falta de clareza gerada pelo medo cria barreiras que dificulta o crescimento dos bibliotecários como profissionais liberais, autônomos e dono de seu próprio negócio.
Observo um direcionamento exagerado e exclusivo do tempo do bibliotecário para a aquisição de títulos e para a produção científica. Falo isso com muita tranquilidade porque eu mesma trilhei esse caminho no tempo em que trabalhei no serviço público federal.
Quem está dentro de uma instituição federal se qualifica e tem como “prêmio” o crescimento percentual no seu salário. Quem ainda não entrou, busca a qualificação para aumentar a possibilidade de ingresso por meio da prova de títulos nos concursos públicos federais.
Depois, em sua maioria, sofrem de “doutorice”, conforme foi comentado com muita propriedade pelo Prof. Dr. Oswaldo F. Almeida Júnior, em sua página no Facebook.
Não é segredo para ninguém que cada vez mais, menos existe a possibilidade de concursos públicos federais, e que a garantia de estabilidade no serviço público está com dias contados.
Por outro lado, na contramão desta “verdade” e deste “cenário”, existe a economia digital que em nada segue os padrões adotados e institucionalizados da economia convencional.
O modelo do empreendedor dentro desta nova economia digital não depende e não está relacionado com o número de títulos adquiridos e com o crescimento exponencial do Currículo Lattes. Aliais, os headhunter buscam no Linkedin e não no Lattes para encontrar profissionais qualificados e fora da curva.
A moeda que alavanca os negócios digitais está pautada na geração de valor, a partir da produção e do compartilhamento de conteúdos que apresentam uma solução para uma “dor”, entende-se por “dor” um problema, uma dúvida, uma incerteza de alguém.
É imprescindível que os bibliotecários criem um novo conceito de usuários/utilizadores. A necessidade informacional deve ser entendida como uma “dor” que precisa de solução. O usuário/utilizador deve ser vislumbrado como avatar. O ciberespaço deve ser potencializado como espaço laboral. A mudança e a compreensão destes novos conceitos, inevitavelmente reduzirão o medo e a procrastinação.
Identifico ainda outro medo que ronda a cabeça dos bibliotecários: o medo da exposição!
Se fizermos uma busca simples no Google para a solução de um problema doméstico qualquer, em uma fração de segundos o motor de busca apresenta uma centena de milhares de soluções para o problema pesquisado. O You Tube virou “sala de aula” de “docentes” que tem sempre alguma coisa para ensinar ou compartilhar.
Como bibliotecária sei com propriedade o leque de conhecimentos e habilidades que possuímos a partir da nossa formação acadêmica. Por que então repassar esse conhecimento somente dentro de uma unidade de informação?
Este é um questionamento que vale a pena pensar e debater. Vamos conversar sobre isso? 
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segunda-feira, 19 de junho de 2017

FAZEMOS PESQUISA TODO DIA

Por Ana Luiza Chaves 

Quem já não se deparou com a tarefa de elaborar o projeto de pesquisa acadêmica e depois desenvolver a monografia, como requisito para obtenção de título?
Com certeza todos que estão na vida acadêmica e sempre é um caminho longo a se percorrer, às vezes, por demais exaustivo. Para desmistificar a pesquisa, para mostrar que todos nós somos capazes, pois enfrentamos em nosso contexto situação similar, trago aqui para discussão, o fato de que fazemos pesquisa todos os dias. É óbvio que não se trata da tal pesquisa acadêmica, no entanto, o percurso pelo qual passamos diariamente, se assemelha ao processo que desenvolvemos naquela pesquisa.
Fazendo a leitura de cada contexto, temos:
No nosso dia a dia
1. Surge uma demanda qualquer na nossa vida, que precisa ser atendida, resolvida.
2. Quando muito complicada, dividimos em partes.
3. Interpretamos a demanda e definimos o que deve ser cumprido.
4. Temos uma ideia pré-concebida do que virá pela frente.
5. Agregamos e relacionamos à demanda a nossa experiência de vida e os exemplos de outrem.
6. Analisamos a melhor forma de atender à demanda.
7. Criamos as condições adequadas.
8. Executamos o que pretendemos.
9. Depois de executado, analisamos e verificamos o que conseguimos. 
10. Tiramos conclusões a respeito. Foi bom? Deu certo? Era isso mesmo? Essas conclusões servirão para aplicarmos em outra ocasião da vida.

Na pesquisa acadêmica
1. Como pesquisador, temos uma inquietação acerca de certo tema.
2. O tema é muito amplo, resolvemos delimitá-lo e afunilá-lo.
3. Criamos os objetivos da pesquisa.
4. Apresentamos os nossos pressupostos.
5. Buscamos a fundamentação teórica para servir de base à investigação e à análise dos dados.
6. Optamos pelo melhor método, de acordo com a natureza e tipo da pesquisa.
7. Preparamos os instrumentos para coleta de dados.
8. Fazemos a pesquisa propriamente dita.
9. Analisamos e discutimos os dados colhidos.
10. Tecemos as nossas considerações finais, confrontando com os objetivos da pesquisa. E a nossa pesquisa poderá ser utilizada por outro pesquisador

Propositadamente enumerei cada etapa da primeira correspondendo a uma da segunda, para facilitar a leitura, o acompanhamento e a compreensão.
Ficou mais fácil?
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

OS PLANOS A E B DA VIDA

Por Ana Luiza Chaves

Não é que não se tenha lutado pelo dito plano A original, aquele que estava como meta de vida, lá nos idos da carreira, é que na verdade ele não era o plano A, estava apenas disfarçado, se passando como tal, para fazer o teste da capacidade de levantar e ir em frente.
E agora, o A passa a ser o B, ou até desaparece e o B incorpora o papel do A. Foi só uma questão de leitura, no novo contexto. O A atual, que outrora já fora B, ficará com esse status até que um novo B de tão robusto tome o lugar desse A que, por sua vez, voltará a ser B novamente.
Mas, o A que é A realmente, se mantém até o fim e não admite que qualquer B tome o seu lugar, por mais insistente que seja. E neste caso prevaleceu a persistência, a questão de foco e até de missão. A pessoa não se vê executando um plano B, porque este não lhe satisfaz plenamente, entra em conflito com a essência dessa pessoa.
No entanto, o B que é realmente B, socorre e toma o lugar do A naqueles momentos em que este falta. São os imprevistos do dia a dia e, neste caso, o clique aqui B é imprescindível, é importante, nem que seja por alguns momentos, ele tem que responder às necessidades do que estava planejado enquanto A, de forma particular, como B, um B que socorre, que ampara, que restabelece a ordem.
Não importa se A ou B, o que importa de fato é ser feliz, é se completar com a profissão e depois disso tirar as outras vantagens materiais decorrentes dela, que também devem ser levadas em conta, claro.
São fases da vida, são as mudanças acontecendo, são os novos contextos surgindo com a necessidade premente de adaptação. Mas, mudar não é assim tão fácil. Encarar o novo e sair da zona de conforto mexe com tudo e o senhor tempo cuida desse tudo.
Quem já não passou por uma mudança? Mesmo que não tenha sido uma mudança expressiva está "condenado" a mudar sempre, porque o mundo está cheio de mudanças e cada vez mais tempestivas.
E assim o A vira B e o B vira A e a vida vai de A para B e vem B para A, pode ser linear e angular como o A ou cheia de curvas e contornos como o B ou ainda uma mistura dos dois. O melhor é aproveitar o bom de cada um, fazendo a leitura conforme o contexto e ser feliz.
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segunda-feira, 22 de maio de 2017

BIBLIOTECÁRIO HOME OFFICE

Por Fabíola Bezerra

O grande desafio que vejo atualmente para qualquer profissional que em meio à crise decide ser autônomo é, basicamente, a mudança de conceito.
Temos nossa mente formatada para um modelo padrão de emprego, com espaços bem definidos e horários rígidos. Estamos habituados com o horário do cafezinho e o bate papo com os colegas de trabalho, esse “conforto” é praticamente o oposto de se “aventurar” numa empreitada como autônomo/empreendedor, que requer muita determinação e foco.
No trabalho formal o expediente é em média 8 horas, com intervalo de almoço. Como empreendedor, você não tem horário fechado de trabalho, pois depende basicamente de você e seu rendimento pessoal estará diretamente atrelado à sua capacidade de concentração e dedicação.
O trabalho na modalidade home office é atrativo em vários aspectos: pela flexibilidade dos horários, pela facilidade de mobilidade, seu escritório poderá funcionar em qualquer lugar, mas, ele de fato só funciona se houver disciplina.
O conceito de home office é democrático pois possibilita igualmente trabalho para todos, o importante e indispensável ao meu ver é uma mente aberta e uma grande capacidade de produção.
Para bibliotecários, o modelo de trabalho home office não tem crise, independe de concursos públicos ou de vagas em instituições privadas. O leque de conhecimentos que adquirimos a partir da nossa expertise como bibliotecários, possibilita que atuemos para diferentes segmentos de maneira autônoma e na modalidade de home office.
Identificar um segmento para atuar, conhecer a “dor” ou incômodo desse segmento, encontrar uma solução para resolver esse incômodo, criar informações que agreguem valor, junte tudo isso com uma boa dose de criatividade, que você terá a base de um negócio sólido.
O modelo ou “fórmula” apresentado acima não é novo para os bibliotecários, fazemos isso todos os dias nos muitos atendimentos que fazemos diariamente nas unidades de informação que atuamos. O problema é que fazemos para resolver situações pontuais dos nossos usuários. Eles são atendidos, resolvem seus problemas, ficam satisfeitos e depois vão embora. O bibliotecário geralmente fica envaidecido por mais um serviço prestado e ponto final, pois, dentro desse contexto, cumpriu o seu dever.
Quando o bibliotecário quer ir além, ele cria um negócio a partir da dor/incômodo do seu usuário, ele deixa de ser usuário para virar cliente, você deixa de ser bibliotecário de balcão para ser bibliotecário empreendedor. O seu espaço de trabalho deixa de ser unidade física de informação e passa a ser em qualquer lugar a partir do seu computador e da sua capacidade de criar conteúdo de valor. Você deixa de ser o bibliotecário da empresa X ou Y e passa ser a pessoa de referência do assunto que você domina.
Use as redes sociais a seu favor, divulgue o seu conhecimento e a sua expertise de forma que possa ser visto pelas pessoas, mostre para elas suas dores e incômodos e apresente soluções. Crie sua imagem como pessoa de referência no assunto que você domina, é assim que começa um empreendimento no mundo digital.
A partir de um trabalho home office você poderá se tornar um grande bibliotecário empreendedor.
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segunda-feira, 1 de maio de 2017

BIBLIOTECÁRIO, HÁ VAGAS!

Por Ana Luiza Chaves

Há vagas, muitas vagas!
Não estamos, necessariamente, nos referindo àquelas vagas de um emprego formal, na esfera pública e/ou privada, apesar de também existir muitas delas, mas àquela que nasce naturalmente, porque você se identificou com algo prazeroso, que gosta de fazer e que tem expertise para tanto.
Bibliotecário, você busca a vaga!
Pensando e mergulhando na amplidão de nossa profissão, um leque se abre, afinal lidamos com informação e quem não precisa dela? Podemos entregar pacotes e pacotes dela, tornando-a acessível nas mais diferentes esferas e tipos de mercado, principalmente, atualmente, no mundo digital, essa oportunidade é cada vez mais exponencial.
Bibliotecário, você cria a vaga!
Neste Dia do Trabalho queremos chamar a atenção para aquele trabalho prazeroso, aquele que você executa sem sentir o tempo passar. Nesse contexto você mistura trabalho, estudo e lazer, conforme pensamento de Domenico De Masi, que acreditamos e reforçamos. O trabalho como fardo é muito trabalhoso, cansativo, rendoso, fuja dele! Trabalhar não precisa ser tudo isso para você dizer que tem um trabalho.
Bibliotecário, já pensou em empreender?
Sim! Na nossa área é possível, sim! Temos a faca e o queijo na mão, afinal, lidamos com informação e quem não precisa dela? Repetimos para fixar essa ideia e quem sabe, plantar uma semente, abrir horizontes, fazer enxergar além das paredes, sair do lugar!
Depois de ler esse texto, talvez você possa refletir a respeito e concluir que há vagas, muitas vagas! O mercado pede algo diferente, com valor agregado, precisamos ter sensibilidade para captar essas necessidades e chegar à frente.
Desejamos que neste Dia do Trabalho você faça essa reflexão, se você está bem no seu trabalho, que bom, que benção! Mas, se você não está satisfeito e quer mudar essa situação, é oportuno refletir sobre o que falta no dia a dia das pessoas, sobre o que vai facilitar a vida das pessoas, para descobrir como o bibliotecário pode suprir essa falta e preencher essa lacuna, daí podemos dizer:
Bibliotecário, a vaga é sua!
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segunda-feira, 10 de abril de 2017

MURAL É 4X4!

Por Ana Luiza Chaves

Nesses 4 anos de Mural... 
Já fizemos de tudo um pouco durante o ano inteiro,
Corremos em estrada reta, pavimentada, numa boa,
Mas, também, enfrentamos grande atoleiro e nevoeiro, 
Com esforço, conseguimos chegar ao destino ligeiro!

Nesses 4 anos de Mural... 
Andamos debaixo de chuva forte e sol penoso, 
Seguramos firme a direção, apesar da garoa,
Trafegamos em terreno arenoso, pedregoso e pantanoso, 
Mas, nos mantivemos sempre na proa!

Superamos tudo isso, pois temos você como seguidor plural,
E porque somos 4 x 4, afinal!

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segunda-feira, 27 de março de 2017

BIBLIOTECÁRIO, DEIXE NASCER UM EMPREENDEDOR DENTRO DE VOCÊ

Por Fabíola Bezerra

Ao meu ver, o primeiro trabalho de um empreendedor é uma transformação pessoal, trabalhar o seu #mindset, desligar velhos conectores celebrais que são na verdade limitadores de crescimento, em outras palavras, aprender a pilotar o seu cérebro, trocar velhas crenças limitantes por pensamentos positivos, uma vez que: “pensamentos mudam sentimentos, sentimentos mudam ações, ações geram resultados” conforme explica Conrado Adolpho de forma tão assertiva.
Quando criança, por proteção, nossos pais nos cercam de restrições de segurança, recebemos uma infinidade de informações que vamos internalizando como verdades, vamos crescendo com estas informações enraizadas em nossa mente e esquecemos de desconecta-las do nosso cérebro. Muitas das restrições mentais levam à procrastinação.
As nossas experiências, valores e crenças, influenciam a maneira como vemos o mundo. Nesse sentido, é importante desconstruir os softwares implantados em nossa mente desde criança e redefini-los, para identificar aonde poderemos chegar e o que queremos ser amanhã.
Depois que adentrei ao mundo digital quebrei algumas crenças limitantes, a maior delas é: “só faz dinheiro quem tem dinheiro”. Dentro do mercado digital, faz dinheiro quem tem conteúdo de qualidade.
Nesse sentido é fácil fazer a seguinte associação:
Para construir conteúdos de qualidade é preciso ter informação e conhecimento, ao meu ver, um dos profissionais que mais lida com informações de qualidade são os bibliotecários, logo, a expertise no manuseio e na localização de tais informações favorecem naturalmente os bibliotecários para que possam atuar como empreendedores digitais.
O berço do mercado digital são as redes sociais, isso posto, o que falta aos bibliotecários efetivamente é usar as redes sociais para criar relacionamentos. Parece paradoxal pensar que dentro das nossas unidades de informação somos expert na arte de satisfação de usuários, mas muitos têm imensa dificuldade de aplicar estas habilidades em um espaço digital e interativo como as redes sociais.
Na atual realidade política que estamos vivendo no Brasil, são muitos os fatores que naturalmente já justificariam que os profissionais de um modo geral olhassem como atenção para as redes sociais. Cada vez mais teremos menos empregos formais, cada vez mais teremos menos empregos públicos, cada vez mais existe a possibilidade concreta de que muitos bibliotecários fiquem sem empregos. Nesse sentido é importante se apropriar de um sentimento de autonomia e buscar soluções profissionais que independam de decisão de terceiros.
Infelizmente, a educação adquirida nos bancos da universidade são direcionadas basicamente para o emprego formal, os cursos de Biblioteconomia em sua maioria não fogem à regra.
Em meados da década de oitenta, quando terminei a universidade, o mercado de trabalho era totalmente diferente da realidade atual, é ingenuidade pensar que os novos bacharéis de Biblioteconomia encontrarão um mercado recheado de vagas. Mas, acredito fortemente que o mercado digital, a partir do uso das #redessociais, é um mercado promissor!
Com a mesma segurança, tenho a convicção que não será “brincando” dentro do Facebook, Instagran, Twitter e tantas outras redes de relacionamentos que os bibliotecários conseguirão criar oportunidades de trabalho. O caminho do sucesso a partir da Internet, consiste em sair um pouco da Biblioteconomia e se apropriar de outros conhecimentos, tais como marketing digital, redes sociais, Facebook marketing, empreendedorismo digital e assuntos correlatos, para depois voltar para a Biblioteconomia e criar um trabalho a partir da sua expertise enquanto bibliotecário.
Se liberte da ideia de ter apenas um emprego formal e se aproprie do sonho de ser #empreendedor, deixe nascer um empreendedor dentro de você. 
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terça-feira, 21 de março de 2017

21 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA POESIA

POESIA, SUA TRAVESSIA...
Por Ana Luiza Chaves

Habito no coração das pessoas,
sou freguês, tenho freguesia!
Porque produzo sonhos e ilusões,
vou por aí fazendo cortesia...
Sem avisar, afloro naturalmente,
nasce poesia.
E muitos vão se valendo de mim,
leitura, contexto ou fantasia.
Gente que a toda hora, noite e dia
abusa de poesia,
qualquer um, rico, pobre
ou burguesia.
Insiste, persiste e não desiste,
pura teimosia!
Por isso, não padeço de insonia,
nem de paralisia.
Parada, sou movimento, sou maresia.
Respingo em toda parte,
e ando por aí, fazendo travessia...
Travessia com o gosto de vida e natureza,
tudo em demasia.
Som do mar, toque do céu, gosto do sol, cheiro das cores, sinestesia!

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Fonte: Publicado originalmente no Blog "Leitura e contexto"

segunda-feira, 20 de março de 2017

“PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”...

Por Juliana Lima

Certo dia, estava eu acessando a internet e olhando a minha timeline no Facebook quando me deparei com uma acalorada discussão sobre normalização. Era um comentário de um pesquisador renomado e conhecido, falava sobre alguns aspectos das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e apontava algumas ‘falhas’ concernentes à citação e referência. Pois bem, não entrarei em detalhes sobre o discurso do pesquisador, entretanto, o que posso afirmar é que existem muitos pontos a serem considerados em uma situação em que alguém diminui ou torna insignificante o valor da normalização, seja das normas da ABNT ou qualquer outra. Para começar, chega a ser preocupante o fato de desqualificar uma norma em favorecimento de outras, tendo em vista que toda e qualquer norma visa a um mesmo objetivo: padronização. Acima de tudo, a qualidade.

Confesso que em parte concordei com os comentários no que se refere ao fato de as normas de informação e documentação da ABNT serem mais voltadas para a forma estética e apresentação do que com o conteúdo e redação científica, diferente de outras normas, como Vancouver e APA, as quais preocupam-se mais com as características de sua própria área, redação científica, ética em pesquisa, autoria e outras questões. Contudo, eis aí uma das diferenças que fazem mais sentido para nós bibliotecários do que para as outras pessoas: as normas da ABNT estabelecem um padrão estético de documento que ajuda, por exemplo, a estabelecer o local onde deve aparecer a numeração das páginas. Se assim não fosse, todo mundo escolheria colocar a numeração onde bem quisesse, achasse mais bonito, ou, centralizada na parte inferior da folha para ficar igual aos livros. 

No conteúdo e em redação científica a ABNT não vai opinar, afinal, cada área tem a sua característica, e, é aí que também mora o perigo e vence o campeonato de queixas contra as normas da ABNT! A situação é tão cômica, senão, trágica, que há revista na área de Biblioteconomia que publica artigo de pesquisador que não é Bibliotecário, não é nem de perto da nossa área, e, defende veementemente a ‘inutilidade’ das normas da ABNT... É dureza!

Contudo, a ciência exige padrões. Para publicar em uma revista é necessário seguir as normas, sejam elas ABNT ou qualquer outra, e as pessoas seguem porque querem publicar, porque é o modelo estabelecido. Algumas áreas possuem o seu próprio padrão conforme as suas necessidades e particularidades, como a Medicina e Psicologia. Assim como há um certo estranhamento de pessoas de outras áreas com as normas de Vancouver (área de saúde) e que preferem a ABNT - Pasmem! – ou o contrário. Mas, eu só vejo as pessoas criticarem a ABNT. Eu me pergunto: Por quê? 

Outro ponto importante que devemos considerar é o fato de a Academia cobrar de maneira insistente o cumprimento dessas regras em detrimento do conteúdo, redação científica e contribuição do trabalho para a área, ou seja, o que realmente importa. Tudo bem que a entrega do trabalho normalizado é importante, mas, prender-se apenas a esse aspecto e esquecer-se de dar sugestões referentes ao tema apresentado é vergonhoso. 

Então, trata-se muito mais de bom senso e consenso. Sobre elaborar citações e referências, para que sofrer se há gerenciadores de referências que podem auxiliar na tarefa? Contudo, ainda considero importante conhecer nem que seja o mínimo, o básico das normas exigidas pela revista que se deseja submeter um artigo, afinal, um erro aqui ou ali pode ocorrer mesmo que se utilizem ferramentas de construção e gerenciamento de referências. Mais importante do que ensinar como se faz uma citação e referência é explicar o que cada uma é, porque referenciar e citar, qual a função da autoria, características da redação científica, enfim, de forma mais lógica e científica que faça todo o sentido para qualquer área, este, é o grande desafio do bibliotecário de referência em seus treinamentos de normalização: ir além da norma e mostrar a sua aplicabilidade, os porquês, os prós e contras. Nenhuma norma é perfeita mesmo. É rir junto com os alunos quando perguntam se o resumo tem o recuo do parágrafo ou não tem, ou, quando perguntam se os dois pontos tem negrito ou não só para testar se a bibliotecária sabe. Eu sempre digo: vamos à explicação que faz sentido e depois vamos olhar o texto da norma. Vamos interpretar e usar o bom senso.

E para quem deseja contribuir com as normas da ABNT, eu sempre indico que se cadastrem no site da ABNT para dar a sua opinião, sugestão ou crítica e acompanhar a consulta nacional das normas. Para quem critica também é a oportunidade de cadastrar-se e enviar o seu feedback. Consulte os slides para saber como fazer seu cadastro: <https://goo.gl/D1GrKd>.

E pra não dizer que não falei das flores, o nome da rosa (Normas), tal como Geraldo Vandré, “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Essa música é um protesto, e, uma chamada à militância pela libertação da ditadura. Traduzindo e trazendo para a nossa área (Biblioteconomia): Vamos estudar normalização com seriedade? Vamos repensar nossas práticas e treinamentos em normalização? É necessário sugerir mudanças? Então, não tratemos como uma coisa chata, detalhista ou pequena, afinal, cada coisa tem a sua importância no mundo. 

Discussões como essa são salutares e devem ocorrer, afinal, para fazer ciência as pessoas também dialogam, discutem, chegam ou não a um consenso. Observação: Não estou defendendo nenhuma norma, apenas estou emitindo minha opinião de forma simples e holística. Abraços a todos!

* Para quem não sabe, a expressão “O nome da rosa”, título do livro de Umberto Eco, era usada na Idade Média para significar o infinito poder das palavras.
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#otextoénosso #normalização

segunda-feira, 13 de março de 2017

ADRENALINA NO MURAL NO #DIADOBIBLIOTECÁRI0 (A)

By Fabíola Bezerra

Marias, Joanas, Franciscos ou Pedros, altos, magros, brancos ou negros. Do norte, do sul, do leste ou oeste. Empregados, desempregados ou mal-empregados. Apaixonados ou desencantados. Especialistas, mestres ou doutores. Antenados ou desligados. O dia 12 de março é de todos e de cada bibliotecário, bibliotecária ou estudante da Biblioteconomia.
Para muitos a data vale comemoração, para outros um dia comum.

Estamos em todo lado, em instituições públicas ou privadas, sendo respeitados ou não, valorizados ou ignorados.
Todo (a) bibliotecário (a) tem uma história, um causo, um relato, de amor, de alegria ou de tristeza. Um usuário, um amigo, um professor... Acervos velhos ou novos, sistemas automatizados ou manuais, fichas ou terminais, independente da realidade local, somos profissionais abnegados em prol e a favor do conhecimento.
O dia ontem foi incrível! Superamos todas as nossas estatísticas anteriores: 1016 mensagens recebidas, 414 fotos criadas e compartilhadas, 201 comentários em uma única postagem, 122 curtidas na página.
Paralelo a essa movimentação, finalizávamos também o #GameHeroesDiadoBibliotecário, foi mais de um mês de engajamento diário com os nossos bravos heróis #BIBLIOSOC#BIBLIOREF#BIBLIODIG e #BIBLIOTEC. A equipe do MURAL ficou pequena para tantas atividades em simultâneo 
MAS TUDO ISSO PARA QUÊ? PARA COMEMORAR O NOSSO DIA!
Somos heróis do dia a dia, das bibliotecas formais ou de unidades de informação. Elas estão funcionando bem? Ahh, então lá tem um bibliotecário!!!
Parabenizamos a todos e a cada um pelo dia 12 de março, agradecemos por fazerem a fan page do #MuralInterativodoBibliotecário cada dia melhor, por engajarem conosco e por curtirem o nosso trabalho.
Ano que vem tem mais, só garantimos uma coisa: será ainda melhor!
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