segunda-feira, 22 de maio de 2017

BIBLIOTECÁRIO HOME OFFICE

Por Fabíola Bezerra

O grande desafio que vejo atualmente para qualquer profissional que em meio à crise decide ser autônomo é, basicamente, a mudança de conceito.
Temos nossa mente formatada para um modelo padrão de emprego, com espaços bem definidos e horários rígidos. Estamos habituados com o horário do cafezinho e o bate papo com os colegas de trabalho, esse “conforto” é praticamente o oposto de se “aventurar” numa empreitada como autônomo/empreendedor, que requer muita determinação e foco.
No trabalho formal o expediente é em média 8 horas, com intervalo de almoço. Como empreendedor, você não tem horário fechado de trabalho, pois depende basicamente de você e seu rendimento pessoal estará diretamente atrelado à sua capacidade de concentração e dedicação.
O trabalho na modalidade home office é atrativo em vários aspectos: pela flexibilidade dos horários, pela facilidade de mobilidade, seu escritório poderá funcionar em qualquer lugar, mas, ele de fato só funciona se houver disciplina.
O conceito de home office é democrático pois possibilita igualmente trabalho para todos, o importante e indispensável ao meu ver é uma mente aberta e uma grande capacidade de produção.
Para bibliotecários, o modelo de trabalho home office não tem crise, independe de concursos públicos ou de vagas em instituições privadas. O leque de conhecimentos que adquirimos a partir da nossa expertise como bibliotecários, possibilita que atuemos para diferentes segmentos de maneira autônoma e na modalidade de home office.
Identificar um segmento para atuar, conhecer a “dor” ou incômodo desse segmento, encontrar uma solução para resolver esse incômodo, criar informações que agreguem valor, junte tudo isso com uma boa dose de criatividade, que você terá a base de um negócio sólido.
O modelo ou “fórmula” apresentado acima não é novo para os bibliotecários, fazemos isso todos os dias nos muitos atendimentos que fazemos diariamente nas unidades de informação que atuamos. O problema é que fazemos para resolver situações pontuais dos nossos usuários. Eles são atendidos, resolvem seus problemas, ficam satisfeitos e depois vão embora. O bibliotecário geralmente fica envaidecido por mais um serviço prestado e ponto final, pois, dentro desse contexto, cumpriu o seu dever.
Quando o bibliotecário quer ir além, ele cria um negócio a partir da dor/incômodo do seu usuário, ele deixa de ser usuário para virar cliente, você deixa de ser bibliotecário de balcão para ser bibliotecário empreendedor. O seu espaço de trabalho deixa de ser unidade física de informação e passa a ser em qualquer lugar a partir do seu computador e da sua capacidade de criar conteúdo de valor. Você deixa de ser o bibliotecário da empresa X ou Y e passa ser a pessoa de referência do assunto que você domina.
Use as redes sociais a seu favor, divulgue o seu conhecimento e a sua expertise de forma que possa ser visto pelas pessoas, mostre para elas suas dores e incômodos e apresente soluções. Crie sua imagem como pessoa de referência no assunto que você domina, é assim que começa um empreendimento no mundo digital.
A partir de um trabalho home office você poderá se tornar um grande bibliotecário empreendedor.
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