Para começar a nossa reflexão de
hoje, faço a seguinte pergunta: bibliotecário, você conhece todo o processo de
uma visita de avaliação de curso do MEC? Talvez alguns conheçam, outros não
conhecem, e uns nem tanto assim.
O fato é que, no contexto
relacionado aos bibliotecários que atuam em Instituições de Ensino Superior (IES),
são conhecidos certos meios de trabalho observados com bastante frequência nas
bibliotecas, inclusive é sabido o fato de que muitas vezes o profissional não
está preparado ou sequer possui a devida vivência, a experiência para lidar com
o processo de preparação para receber uma visita do MEC. Além disso, por
diversos momentos, há falha de comunicação entre setores da instituição que
deveriam ter contato constante com a biblioteca no sentido de adequar e ajustar
toda e qualquer exigência relacionada a uma visita de autorização,
reconhecimento ou renovação de reconhecimentos de cursos. Um exemplo clássico é
o bibliotecário que administra a biblioteca sem sequer consultar quaisquer
documentos institucionais, sem consultar os instrumentos de avaliação do MEC,
Projeto Pedagógico de Curso (PPC), matrizes curriculares e/ou ementas de
disciplinas, ou seja, desconhecendo ou ignorando o fato de que isso é
importante para a formação do acervo de uma biblioteca universitária. E o
resultado é preocupante, afinal tudo deverá ser revisto porque com certeza as
condições não serão atendidas com um acervo e serviços que não condizem com o
que foi informado ao MEC e constatado pelos avaliadores no dia da visita,
ressaltando que esse caso reflete, e muito, na pontuação para atingir um
conceito que permita o funcionamento do curso.
Outra falha grave – mas esta mais
por parte da instituição e do que do bibliotecário – é o fato de o profissional
não ser informado sobre uma possível data de visita de avaliação do MEC ou
sobre os processos que estão em andamento na instituição, como, por exemplo, o
pedido de abertura de novos cursos. Isto é, uma falha grave de comunicação, na
qual muitas vezes o bibliotecário – que trabalha com o produto informação, que
ironia do destino! – não é informado sobre esses processos em tramitação no MEC
e de datas de visitas de avaliação de cursos. Enfim, o pobre bibliotecário
desconhece os processos, desconhece os prazos de cada etapa, desconhece tudo.
Pior ainda é quando fica sabendo na véspera da visita de avaliação in loco ou até mesmo no dia, naquele
exato momento, enfim, uma surpresa nada agradável.
Outro ponto relevante e que deve
ser levado em consideração é o fato de o bibliotecário desconhecer o Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Pedagógico Institucional (PPI),
a Comissão Própria de Avaliação (CPA), entre outros aspectos essenciais, muitas
vezes sequer ouviu falar. O resultado disso é que também perde ponto por não
considerar os resultados da autoavaliação para administrar os pontos positivos
e negativos, entre outros aspectos importantes suscitados com a atuação da CPA,
e que podem subsidiar na administração do bibliotecário, além de auxiliar nos
processos de tomada de decisão, considerando não apenas ‘a biblioteca’, mas a
biblioteca integrada ao todo, associando o planejamento estratégico da
biblioteca ao da IES, pois a biblioteca é uma parte importante que faz parte de
um todo: a sua IES. Muito bibliotecário se esquece disso, e, às vezes, a IES
também.
Há situações em que o
bibliotecário recebe a tarefa de analisar o PPC e verificar o que existe ou não
na biblioteca em nível de acervo, e, em seguida, preencher a documentação
solicitada pelo MEC, sem o prévio conhecimento sobre toda a tramitação dos
processos e sem conhecer os manuais que norteiam esse preenchimento; assim, o
bibliotecário termina elaborando textos que não atendem aos requisitos
avaliados pelo MEC, além de executar uma tarefa que não é própria para o
bibliotecário em si.
Sabe o que é pior: tudo o que dá
errado em uma visita de avaliação SEMPRE sobra para o bibliotecário! Portanto,
a tarefa primordial é conhecer todos os processos e documentos que envolvem uma
visita de avaliação de curso e também se inteirar com as questões de
mobiliário, espaço físico e acessibilidade. Mas, esse é outro papo para os
próximos #otextoénosso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário