segunda-feira, 11 de abril de 2016

O BIBLIOTECÁRIO E AS VISITAS DE AVALIAÇÃO DO MEC: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Por Juliana Lima
 


Para começar a nossa reflexão de hoje, faço a seguinte pergunta: bibliotecário, você conhece todo o processo de uma visita de avaliação de curso do MEC? Talvez alguns conheçam, outros não conhecem, e uns nem tanto assim.

O fato é que, no contexto relacionado aos bibliotecários que atuam em Instituições de Ensino Superior (IES), são conhecidos certos meios de trabalho observados com bastante frequência nas bibliotecas, inclusive é sabido o fato de que muitas vezes o profissional não está preparado ou sequer possui a devida vivência, a experiência para lidar com o processo de preparação para receber uma visita do MEC. Além disso, por diversos momentos, há falha de comunicação entre setores da instituição que deveriam ter contato constante com a biblioteca no sentido de adequar e ajustar toda e qualquer exigência relacionada a uma visita de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhecimentos de cursos. Um exemplo clássico é o bibliotecário que administra a biblioteca sem sequer consultar quaisquer documentos institucionais, sem consultar os instrumentos de avaliação do MEC, Projeto Pedagógico de Curso (PPC), matrizes curriculares e/ou ementas de disciplinas, ou seja, desconhecendo ou ignorando o fato de que isso é importante para a formação do acervo de uma biblioteca universitária. E o resultado é preocupante, afinal tudo deverá ser revisto porque com certeza as condições não serão atendidas com um acervo e serviços que não condizem com o que foi informado ao MEC e constatado pelos avaliadores no dia da visita, ressaltando que esse caso reflete, e muito, na pontuação para atingir um conceito que permita o funcionamento do curso.

Outra falha grave – mas esta mais por parte da instituição e do que do bibliotecário – é o fato de o profissional não ser informado sobre uma possível data de visita de avaliação do MEC ou sobre os processos que estão em andamento na instituição, como, por exemplo, o pedido de abertura de novos cursos. Isto é, uma falha grave de comunicação, na qual muitas vezes o bibliotecário – que trabalha com o produto informação, que ironia do destino! – não é informado sobre esses processos em tramitação no MEC e de datas de visitas de avaliação de cursos. Enfim, o pobre bibliotecário desconhece os processos, desconhece os prazos de cada etapa, desconhece tudo. Pior ainda é quando fica sabendo na véspera da visita de avaliação in loco ou até mesmo no dia, naquele exato momento, enfim, uma surpresa nada agradável.

Outro ponto relevante e que deve ser levado em consideração é o fato de o bibliotecário desconhecer o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), a Comissão Própria de Avaliação (CPA), entre outros aspectos essenciais, muitas vezes sequer ouviu falar. O resultado disso é que também perde ponto por não considerar os resultados da autoavaliação para administrar os pontos positivos e negativos, entre outros aspectos importantes suscitados com a atuação da CPA, e que podem subsidiar na administração do bibliotecário, além de auxiliar nos processos de tomada de decisão, considerando não apenas ‘a biblioteca’, mas a biblioteca integrada ao todo, associando o planejamento estratégico da biblioteca ao da IES, pois a biblioteca é uma parte importante que faz parte de um todo: a sua IES. Muito bibliotecário se esquece disso, e, às vezes, a IES também.

Há situações em que o bibliotecário recebe a tarefa de analisar o PPC e verificar o que existe ou não na biblioteca em nível de acervo, e, em seguida, preencher a documentação solicitada pelo MEC, sem o prévio conhecimento sobre toda a tramitação dos processos e sem conhecer os manuais que norteiam esse preenchimento; assim, o bibliotecário termina elaborando textos que não atendem aos requisitos avaliados pelo MEC, além de executar uma tarefa que não é própria para o bibliotecário em si.

Sabe o que é pior: tudo o que dá errado em uma visita de avaliação SEMPRE sobra para o bibliotecário! Portanto, a tarefa primordial é conhecer todos os processos e documentos que envolvem uma visita de avaliação de curso e também se inteirar com as questões de mobiliário, espaço físico e acessibilidade. Mas, esse é outro papo para os próximos #otextoénosso...

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