por Ana Luiza Chaves, Edvander Pires, Fabíola Bezerra e Juliana Lima
Toda biblioteca tem um “ponto” de fragilidade
que requer atenção e cuidado. Você já pensou sobre isso? Vamos pensar juntos:
- Você conhece o ponto frágil da sua biblioteca?
- Esse problema é físico, material ou humano?
- Se for humano, é causado por bibliotecários, auxiliares, terceirizados ou usuários?
- É um problema crônico?
- É facilmente percebido?
- É visível?
- É “contagioso”?
Conversando com uma amiga bibliotecária,
falávamos exatamente sobre esse tema e de como é difícil trabalhar os pontos
nevrálgicos de uma biblioteca. Geralmente, acarreta um grande desgaste de
energia para a equipe, e principalmente para o gestor. Para a equipe, o
desgaste está ligado a diversos motivos, mas um bastante comum e em que se há
certo consenso é o fato de ter sempre aquele(a) colega, quer seja auxiliar,
terceirizado ou bibliotecário, que nunca faz o seu trabalho como deveria e que
acaba sobrecarregando os outros e comprometendo tudo o que foi conquistado com um
bom trabalho, esforço, suor e sacrifício. É como se um castelo de areia ou de
cartas desmoronasse no final de tudo, sabe?
Outro problema bastante conhecido por
muitas pessoas é a escassez e/ou falta de materiais. Não tem nada mais
deprimente do que economizar naquelas fitas adesivas que cobrem a etiqueta do
livro, naquelas resmas de papel que chegam às vezes contadas e que mal dão para
passar o mês, naquelas impressões que não podem ultrapassar uma certa
quantidade mensal etc. Já passou por isso? Já pensou? Esses são apenas alguns
exemplos de muitos que envolvem o quesito material. E isso sem mencionar as
canetas! Há uma falta tremenda, e ainda fazem o favor de pegar as suas canetas
e não devolvê-las! Certamente, alguém irá se identificar aqui (risos).
E, às vezes, o pior de todos os
problemas que podemos ter numa biblioteca: humano. Sim. Não é fácil lidar com
pessoas, mas é preciso que o bibliotecário esteja preparado para lidar com
determinadas situações nesse quesito em vez de se esquivar trancado numa sala de
processamento técnico. A gestão de pessoas está aí não apenas para ser estudada
na teoria, mas sim para ser aplicada na prática! Alguns exemplos de problemas
relacionados aos fatores humanos: o funcionário do guarda-volumes que nunca se
fixa no setor e sequer segue os procedimentos corretamente e que acarreta
grandes prejuízos à biblioteca; o mau atendimento ou indiferença no balcão de
empréstimo – esse é o maior responsável por espantar os usuários das
bibliotecas e campeão em formar a fama de “péssima biblioteca”; ter um péssimo
gestor à frente da biblioteca também é um fator complicador, principalmente
quando este coloca muitas de suas vaidades pessoais antes das reais necessidades
da biblioteca ou quando não sabe lidar com mudanças, com o “novo”; e, por fim, porém
não menos importantes, são os problemas com a infraestrutura, que podem ser
desde a falta de acessibilidade até comprometimentos na estrutura do prédio, vazamentos
etc. Outro problema que não deve ser negligenciado é a falta de treinamento dos
funcionários, desde coisas elementares, tais como noções de bom atendimento,
até procedimentos simples de conservação e preservação do acervo, utilização de
extintores, como proceder em caso de incêndio, noções de primeiros socorros,
dentre outros exemplos.
Como toda instituição, a biblioteca pode
“sofrer” de problemas de infraestrutura ou de pessoal. Sob o nosso ponto de
vista, o que acentua algumas dificuldades ou fragilidades de uma biblioteca é o
fato de ser uma instituição que atende ao público.
Certas fragilidades da biblioteca
precisam ser atacadas na raiz do problema, ou seja, não permitir que evoluam
para um estágio insustentável nem que respinguem diretamente no público. Em
situações-limite, é preciso maturidade, profissionalismo e discernimento, o
que torna esse desafio ainda mais complicado, afinal bom senso e espírito de
equipe é algo que nem todos têm, infelizmente.
A dica é tratar de reconhecê-las o
quanto antes, ao primeiro sinal de desconserto, de desarmonia, de desequilíbrio
e, usando o próprio contexto do dia a dia, compartilhar com a equipe, para que
todos, juntos, possam mitigá-las e até exterminá-las, achando uma solução
definitiva.
Uma instituição que atende ao público
não pode se dar ao luxo de postergar um problema que afeta diretamente a sua clientela,
porque, sendo ele de pequena dimensão, pode se agravar e se propagar de forma
exponencial.
Você tem monitorado as suas
fragilidades? Lembre-se de que um cliente insatisfeito, segundo pesquisas, faz
um marketing negativo para no mínimo 11 pessoas!
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