segunda-feira, 28 de março de 2016

TODA BIBLIOTECA TEM UM PONTO FRÁGIL!


por Ana Luiza Chaves, Edvander Pires, Fabíola Bezerra e Juliana Lima


Toda biblioteca tem um “ponto” de fragilidade que requer atenção e cuidado. Você já pensou sobre isso? Vamos pensar juntos:
  • Você conhece o ponto frágil da sua biblioteca?
  • Esse problema é físico, material ou humano?
  • Se for humano, é causado por bibliotecários, auxiliares, terceirizados ou usuários?
  • É um problema crônico?
  • É facilmente percebido?
  • É visível?
  • É “contagioso”?
Conversando com uma amiga bibliotecária, falávamos exatamente sobre esse tema e de como é difícil trabalhar os pontos nevrálgicos de uma biblioteca. Geralmente, acarreta um grande desgaste de energia para a equipe, e principalmente para o gestor. Para a equipe, o desgaste está ligado a diversos motivos, mas um bastante comum e em que se há certo consenso é o fato de ter sempre aquele(a) colega, quer seja auxiliar, terceirizado ou bibliotecário, que nunca faz o seu trabalho como deveria e que acaba sobrecarregando os outros e comprometendo tudo o que foi conquistado com um bom trabalho, esforço, suor e sacrifício. É como se um castelo de areia ou de cartas desmoronasse no final de tudo, sabe?

Outro problema bastante conhecido por muitas pessoas é a escassez e/ou falta de materiais. Não tem nada mais deprimente do que economizar naquelas fitas adesivas que cobrem a etiqueta do livro, naquelas resmas de papel que chegam às vezes contadas e que mal dão para passar o mês, naquelas impressões que não podem ultrapassar uma certa quantidade mensal etc. Já passou por isso? Já pensou? Esses são apenas alguns exemplos de muitos que envolvem o quesito material. E isso sem mencionar as canetas! Há uma falta tremenda, e ainda fazem o favor de pegar as suas canetas e não devolvê-las! Certamente, alguém irá se identificar aqui (risos).

E, às vezes, o pior de todos os problemas que podemos ter numa biblioteca: humano. Sim. Não é fácil lidar com pessoas, mas é preciso que o bibliotecário esteja preparado para lidar com determinadas situações nesse quesito em vez de se esquivar trancado numa sala de processamento técnico. A gestão de pessoas está aí não apenas para ser estudada na teoria, mas sim para ser aplicada na prática! Alguns exemplos de problemas relacionados aos fatores humanos: o funcionário do guarda-volumes que nunca se fixa no setor e sequer segue os procedimentos corretamente e que acarreta grandes prejuízos à biblioteca; o mau atendimento ou indiferença no balcão de empréstimo – esse é o maior responsável por espantar os usuários das bibliotecas e campeão em formar a fama de “péssima biblioteca”; ter um péssimo gestor à frente da biblioteca também é um fator complicador, principalmente quando este coloca muitas de suas vaidades pessoais antes das reais necessidades da biblioteca ou quando não sabe lidar com mudanças, com o “novo”; e, por fim, porém não menos importantes, são os problemas com a infraestrutura, que podem ser desde a falta de acessibilidade até comprometimentos na estrutura do prédio, vazamentos etc. Outro problema que não deve ser negligenciado é a falta de treinamento dos funcionários, desde coisas elementares, tais como noções de bom atendimento, até procedimentos simples de conservação e preservação do acervo, utilização de extintores, como proceder em caso de incêndio, noções de primeiros socorros, dentre outros exemplos.

Como toda instituição, a biblioteca pode “sofrer” de problemas de infraestrutura ou de pessoal. Sob o nosso ponto de vista, o que acentua algumas dificuldades ou fragilidades de uma biblioteca é o fato de ser uma instituição que atende ao público.

Certas fragilidades da biblioteca precisam ser atacadas na raiz do problema, ou seja, não permitir que evoluam para um estágio insustentável nem que respinguem diretamente no público. Em situações-limite, é preciso maturidade, profissionalismo e discernimento, o que torna esse desafio ainda mais complicado, afinal bom senso e espírito de equipe é algo que nem todos têm, infelizmente.

A dica é tratar de reconhecê-las o quanto antes, ao primeiro sinal de desconserto, de desarmonia, de desequilíbrio e, usando o próprio contexto do dia a dia, compartilhar com a equipe, para que todos, juntos, possam mitigá-las e até exterminá-las, achando uma solução definitiva.

Uma instituição que atende ao público não pode se dar ao luxo de postergar um problema que afeta diretamente a sua clientela, porque, sendo ele de pequena dimensão, pode se agravar e se propagar de forma exponencial.

Você tem monitorado as suas fragilidades? Lembre-se de que um cliente insatisfeito, segundo pesquisas, faz um marketing negativo para no mínimo 11 pessoas!

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