segunda-feira, 4 de setembro de 2017

PARA EMPREENDER, BASTA CAIR NA REDE

Por Ana Luíza Chaves e Fabíola Bezerra

Seja no sentido literal, seja no sentido abstrato, na sua composição, a rede entrelaça fios!
Fios que movem a comunicação, fios que fazem ligação, fios que apanham, que protegem, que seguram, que esticam, que suspendem...
As conexões ligadas por meio dos fios, vão entrelaçando-se umas com as outras por meio de nós ou ponto de cruzamento, assim também acontece no mundo digital, um entrelaçado gigante de pontos, que juntam pessoas, países, propósitos, sonhos e viram um gigantesco mundo de possibilidades.
As facilidades são inúmeras, as oportunidades incontáveis, as possibilidades exponenciais, as conexões globais. Estamos falando do empreendedorismo digital. Mas, para alcançar e conquistar tudo isso, tem que cair na rede e, uma vez dentro dela, tem que criar redes de relacionamento multidisciplinares, ou seja, redes na rede. A rede é o caminho para abrir novos caminhos, gerando uma aldeia de empreendedorismo.
Os exemplos estão às vistas de qualquer um, as conquistas vão acontecendo, os casos de sucesso vão se evidenciando, é a rede funcionando, servindo de palco, de instrumento, de pano de fundo, de microfone, de mercado, de porta-voz, de loja... São muitas as funcionalidades que podemos usar como ferramentas, além daquelas que podemos ainda criar, gerando inovação na rede, para depois assistirmos, constatando que fizemos história.
As redes sociais criam um palco de oportunidade para empreendedores anônimos, mudando velhos conceitos, criando novos atores. O “artista” do passado, ocupava palcos privados, precisava uma vinculação qualquer para poder ser visto e admirado, o da atualidade são autônomos, arrojados, independentes e livres.
Com um celular na mão, uma ideia na cabeça e uma conexão da internet, pessoas comuns viram referência de uma legião de fãs. Youtuber, blogueiros viram influenciadores digitais e criam um modelo de negócio na cifra de muitos milhões. Pessoas comuns falando para pessoas comuns, reconectando pessoas de todo lado e em toda direção, encurtando distâncias, democratizando e ressignificando o mundo dos negócios. O empreendedorismo de hoje, é fruto desse cenário de mudanças e de transformação
Uma rede entrelaçada, de fio resistente, multinacional, de balanço positivo duradouro, para empreender, é só cair nela, sabendo que uma coisa leva a outra!
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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

BASTA DE CLICHÊ! A ORDEM É MUDAR!

Por Ana Luiza Chaves

Sabemos que o clichê, denominado pelos estudiosos da língua como “lugar-comum”, é palavra, expressão, frase ou ideia que, de tão usada, se tornou banal e previsível, perdeu a originalidade.
Apesar de antiquado e redundante, esse elemento surge no cotidiano de forma quase imperceptível, frases feitas que caem como uma luva, Ops! Aí está um clichê!
Na escrita, é por muitas vezes utilizado porque facilita a compreensão do leitor, uma vez que ele já está familiarizado, em função das repetições ao longo do tempo, nos diversos meios de comunicação: "A união faz a força", “Só colhemos o que plantamos”; "A toque de caixa”; “No apagar das luzes”; “Tomar um banho de loja”, “Vestir a camisa” e por aí vai... Em casa, no trabalho, em reuniões sociais, todos nós já usamos em algum momento do nosso dia a dia.
Da mesma forma, estamos cansados de ler livros ou assistir filmes para os quais já sabemos o enredo e o final por conta do formato engessado e sem criatividade: o mordomo é sempre o culpado; o problema da trama será resolvido no último momento; o mocinho é sempre o galã, a luz apaga na hora H, etc.
E na profissão? Será que não estamos sendo um tanto clichê? Fazer sempre a coisa do mesmo jeito, sem criatividade, sem buscar o novo, repetindo tal qual já foi executada há tempos. Só porque alguém já fez e deu certo, não é obrigatório repetir a fórmula, temos que nos diferenciar, quebrar paradigmas, ir além das paredes que nos cercam, Ops! Olha ele aqui de novo!
Pois bem, já falamos aqui sobre empreendedorismo, criatividade, inovação, e também já postamos exemplos de muitos projetos surpreendentes e desafiantes dentro da Biblioteconomia.
Trazer atividades diferentes para a biblioteca, atuar nas mídias sociais, propor novas parcerias com os professores, engajar o pessoal de TI no seu projeto, interagir de forma mais sistemática com outras disciplinas e profissionais, enfim, executar a sua ideia antes que alguém o faça, sem medo de ser feliz. E aqui já vai outro clichê...
Ser clichê é cômodo, já temos a receita e é mais fácil acertar, é prático, vimos aqui nesse texto cheio de clichês, mas, que tal sair da zona de conforto?
Ah, não! Clichê de novo? Outra vez, não!
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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

BIBLIOTECÁRIO, ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE PREÇO E VALOR

Por Fabíola Bezerra

Semana passada postamos um questionamento sobre o valor do trabalho de um bibliotecário. A situação apresentada foi sobre um site que agrupa serviços para profissionais do livro, onde a ficha catalográfica é ofertada com preços “simbólicos” e variados, inclusive por profissionais que não são bibliotecários.
Retomando a esse questionamento, gostaríamos de colocar a questão sobre uma outra perspectiva. A questão agora apresentada se refere a valor e a preço.
O que faz um produto ou serviço valer mais ou menos é a informação e o reconhecimento que existe sobre ele, é importante entender que “preço é o que você paga e valor é o que você leva”.
A solicitação de fichas catalográficas é uma realidade bastante recorrente em bibliotecas universitárias, geralmente em final de semestre. A ficha nos TCC, monografias dissertações ou teses, é um elemento obrigatório e exigido pelos orientadores. Porém, nem todos percebem a sua importância, o seu valor e o que de fato ela representa. Podemos ilustrar contando um exemplo de aluno que chegou na biblioteca solicitando a confecção da “ficha cartográfica”.
A falta de orientação e conhecimento dos alunos e de muitos professores sobre a ficha catalográfica, provoca a busca do serviço pelo preço mais baixo. Por outro lado, como perceber o valor agregado em uma ficha catalográfica se eles desconhecem a sua importância? A maximização de valor da ficha não é papel do professor.
Existe neste processo alguns pontos a questionar e a esclarecer. Algumas universidades criaram ferramentas de elaboração eletrônica da ficha catalográfica, aberta ao público, a custo zero mediante o preenchimento de um formulário com os dados básicos do trabalho. Tudo instantâneo e imediato, geralmente adotam uma classificação geral. A oferta deste tipo de ferramenta aliviou a grande demanda dos bibliotecários das bibliotecas universitárias.
Nesse sentido, como e porque nos sentirmos incomodados pela cobrança da ficha catalográfica a preços irrelevantes?
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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

QUAL É O SEU "CALCANHAR DE AQUILES" NA BIBLIOTECONOMIA?

Por Ana Luiza Chaves

A expressão popular "calcanhar de Aquiles" remonta à mitologia grega. A Deusa Tétis, mãe de Aquiles, com a intenção de torná-lo indestrutível, garantindo, assim, a sua imortalidade, o banhou nas águas do Rio Estige, que tinha o poder da invulnerabilidade. Mas, ao segurá-lo pelo calcanhar para fazer a imersão, este lhe foi poupado, tornando-se a única parte vulnerável. Durante a Guerra de Troia, teria sido atingido por uma flecha no calcanhar, recebida do príncipe Páris, levando-o à morte. Aquiles é um herói lendário do mundo grego clássico.
Essa é a versão mais popular desse relato mitológico, havendo, no entanto, outras versões e contradições. Portanto, baseado nesse mito, atribui-se ao "calcanhar de Aquiles" o ponto fraco de uma pessoa, aquele que não se tem o domínio necessário, que é vulnerável.
Trazendo o mito para a realidade profissional, é de bom alvitre que façamos a seguinte indagação para reflexão: Qual é o meu "calcanhar de Aquiles" na Biblioteconomia?

• atendimento ao usuário?
• acesso às novas tecnologias?
• uso das mídias sociais?
• construção de vocabulário controlado?
• serviço de referência?
• catalogação?
• classificação?
• indexação?
• normalização?
• organização de conteúdos?
• uso de repositórios?
• trabalho com bases de dados?
• medo de empreender?
• ...


Não vamos nos deixar ser flechados nesse ponto fraco! Ponto fraco pode ser minimizado e até transformado em ponto forte, se for bem trabalhado. Quantos profissionais se tornaram expert exatamente naquilo que não dominavam antes?
O desconhecido por natureza é instigante, atraente e desperta curiosidade, temos que desmistificá-lo, conhecê-lo, estudá-lo, para depois dominá-lo.
Para começar, temos que refletir sobre o que nos incomoda. Em seguida, apostar na leitura, no crescimento profissional, nas discussões em grupo, nos encontros profissionais, na educação continuada, que se torna ainda mais fácil quando temos à disposição o canal mais democrático para buscar tudo isso.
Vamos navegar e nos banhar por completo no nosso Rio Estige da atualidade!
Vivam todas as possibilidades que temos hoje com a internet! 
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segunda-feira, 31 de julho de 2017

PARAFRASEANDO A PARÁBOLA DA REDE DE PESCA, PARA FALAR SOBRE EMPREENDEDORISMO NA BIBLIOTECONOMIA.

Por Fabíola Bezerra

"Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora...”
A metáfora da parábola da “rede de pesca”, nos leva a fazer uma analogia da ação de lançar a rede ao mar, com a percepção e o empoderamento das pessoas em relação as informações que recebem.
Quando uma nova informação é lançada ou disponibilizada na Internet, por exemplo, o alcance deste conteúdo é enorme, e varia de acordo com o tamanho da sua rede de relacionamentos dentro da rede social que você pertence. Ao publicar uma nova informação é como se você estivesse jogando uma rede de pesca no mar.
Digamos que você publicou no Facebook o conteúdo da sua postagem, embora chegue no perfil dos seus amigos e dos amigos dos seus amigos, dependendo das suas configurações de privacidade, poderá atrair a atenção de diferentes pessoas, assim como, poderá também não despertar interesse algum. O ato de despertar interesse é como uma “seleção”, embora diferente da parábola onde os pescadores separam dos cestos os peixes bons e os peixes ruins. A seleção dentro do Facebook está diretamente relacionada com o interesse que as pessoas têm sobre assunto X ou Y, depende do apelo do título ou da imagem do conteúdo postado.
Gostaríamos de direcionar este texto, usando como exemplo o “Empreendedorismo na Biblioteconomia”. O tema tem despertado interesse em muitos bibliotecários, assim como, não desperta interesse algum em muitos deles. A “seleção” de quem gosta do assunto e de quem é indiferente a ele, ao meu ver, depende da percepção que cada um tem sobre o mesmo e pela compreensão real de que forma podem se apropriar do empreendedorismo como algo possível e aplicável profissionalmente.
Uma vez, conversando com uma professora do curso de Biblioteconomia ela disse assim:
- Fabíola muitos alunos não entendem ou não sabem como usar o empreendedorismo dentro da profissão.
Desde 2013 venho lendo e estudando sobre o empreendedorismo e marketing digital, o que eu pude perceber dentro das minhas leituras e nos diversos infoprodutos que adquiri de grandes players do mercado digital foi o seguinte: existe diferença entre ensino formal e ensino prático. Foi o meu primeiro grande ensinamento, parece uma conclusão lógica e simples, mas não é!
Para entender essa grande diferença é preciso primeiro ter uma mudança de percepção sobre autoridade e autenticidade. Nós bibliotecários geralmente caímos na armadilha de ostentar diplomas e títulos. Não é autoridade quem possui mais títulos, mas, quem possui o reconhecimento das pessoas sobre um assunto específico. Assim como, autenticidade é a percepção de confiança e de legitimidade que as pessoas têm todas as vezes que você repassa uma informação.
Os grandes empreendedores digitais não divulgam seu conhecimento e expertise pelos títulos e diplomas que possuem, o objetivo deles ao criar um produto de informação é gerar resultado para alguém. Nesse sentido é primordial identificar e conhecer suas habilidades únicas, que serão a base do seu empreendimento, por meio dela, o empreendedor irá criar sua proposta ou promessa definida para alcançar os resultados.
O ensino formal é baseado em currículos, diplomas e títulos, entre outras formalidades, o ensino prático, diferente do formal, não possui uma matriz curricular, ele é focado em resultados, não é preciso ser uma especialista e conhecer tudo, é preciso conhecer apenas o necessário para atingir um resultado.
Ao produzir produtos de informação que geram resultados na vida das pessoas você se torna autoridade para elas, ao comprovar os resultados, você cria autenticidade sobre o seu produto e sobre o seu conhecimento, é uma “autenticidade prática”.
Por esse motivo acredito que para empreender na Biblioteconomia é preciso primeiramente sair um pouco da área, entender como atuam e como trabalham os grandes empreendedores, perceber que para empreender é preciso primeiramente descobrir e entender qual o seu propósito de vida.
Definir um propósito é o que te fará caminhar em direção a um ponto qualquer, para empreender, você vai precisar desse autoconhecimento, o autoconhecimento te ajudará a definir os teus propósitos e a tua missão pessoal, enquanto missão você poderá mudar a vida das pessoas por meio das informações que você criar.
Observe que todo empreendedor digital tem um propósito e uma missão bem definidos.


A falta de clareza sobre alguns pontos apresentados no texto acima, ao meu ver, é que diferenciam as pessoas quando um novo conteúdo é lançado na rede, por isso o porquê de usar como analogia a parábola da rede de pesca, uns apropriam-se do conteúdo e buscam saber mais, outros simplesmente ignoram. 

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

ESCRITOR DE OUTRORA, DE ONTEM, DE HOJE OU DE AGORA

Por Ana Luiza Chaves

Escritor de outrora, de ontem, de hoje ou de agora, se não fosse tu para registrar a ilusão da realidade, a razão da cumplicidade, o todo da parte, a arte do aparte, a paixão em drama, o auge da fama, o fato que acontece, a ficção que apetece, jamais teríamos acesso a essas maravilhas, que nos fazem viajar para os mais longínquos mundos, que nos conduzem ao fragmento do pensamento, que nos encantam e os males espantam.

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

ENTENDENDO O USUÁRIO

Por Ana Luiza Chaves

No exercício diário do serviço de referência de uma biblioteca, nos deparamos com manifestações de demandas, para as quais, temos que, a qualquer custo, buscar entender o usuário, a fim de atendê-lo com êxito.
É certo que temos que ir moldando e educando esse usuário, para o uso correto dos serviços, no entanto, essa tarefa é árdua no início, principalmente quando esse usuário nunca utilizou uma biblioteca.
A teoria biblioteconômica aponta para três estilos de atendimento no contexto do serviço de referência: o conservador, o moderado e o liberal.
O estilo conservador tem como princípio que o serviço de referência deve dispor e organizar o material de referência de forma eficiente, que possibilite resultados positivos à pesquisa do usuário, orientando-o para que se torne auto-suficiente.
O estilo moderado admite que o serviço de referência propicie um pouco mais de assistência ao leitor, utilizando recursos locais e prestando informações por outros meios de comunicação.
Já o estilo liberal, considera que a biblioteca deve prestar ajuda ilimitada aos consulentes, um serviço completo, utilizando o material existente na biblioteca e até recursos externos para facilitar o trabalho.
Voltando as minhas experiências, essas situações chegam a ser inusitadas e engraçadas, mas, no final, tudo dá certo, senão vejamos algumas delas que tenho na minha lembrança, que fazem parte do meu portfólio de atendimento nas bibliotecas pelas quais já passei:
"Você tem aquele livro que o professor passou e todo mundo tá pegando emprestado?" 
"Eu quero o livro da professora do horário CD da sexta-feira."
"O professor disse para a gente pesquisar se algumas empresas têm suas marcas registradas, qual livro tem isso?" 
"Preciso estudar para a prova do professor de economia, eu quero aquele livro bem grosso de vários autores."
"Sabe aquele livro de logística que tem tudo? Eu não quero ele não, quero um mais simples."
"Aquele livro de contos dos cães que enxergam, você tem?"
"Tem um livro que é verde e outro que é vermelho, que são do mesmo autor, eu quero o verde, ele está disponível?"

Entendemos que o importante é fazer a leitura do contexto do usuário e suprir suas necessidades informacionais, independente do estilo, até porque, muitas vezes, a informação de que ele precisa é muito primária.
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GROGAN, D. A prática do serviço de referência. Brasília: Brinquet de Lemos, 1995. 
LITTON, G. A informação na biblioteca moderna. São Paulo: McGraw-Hill, 1979. cap. 2, p. 30-34.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

INFORMAÇÃO: MEDIANDO, PODEMOS GERAR CONHECIMENTO

Por Ana Luiza Chaves

Somos, diariamente, bombardeados por informações de toda sorte. É uma verdadeira avalanche! Elas são de todos os gêneros, segmentos, esferas, procedências e tamanhos, que vão se acumulando de forma desordenada, confusa, sem pretensão e objetivo.
Vimos, ouvimos ou lemos algo, mas não processamos para possibilitar o entendimento e a compreensão, nem sabemos ao certo para que nos serve aquela informação naquele momento.
Quando selecionamos aquela que nos interessa e trabalhamos suas facetas, seu contexto, quando nos apropriamos, atuando como agentes mediadores de nós mesmos, fazendo a interpretação holística, a combinação necessária e a seleção, passamos a gerar conhecimento.
Por isso, as características de cumulatividade para a informação e de seletividade para o conhecimento, tão bem ressaltadas por Cortella em seus escritos e palestras.
Informação é cumulativa, conhecimento é seletivo (CORTELLA, 2016).
É desse conhecimento que nos alimentamos para conduzir nossas vidas pessoal e profissional. Uma vez gerado conhecimento, seu conteúdo é introspectado e passa a fazer parte da nossa vida de forma mais permanente, nos acompanhando sempre, sendo usado quando precisamos dele, nos momentos oportunos. Dessa forma, abastecidos de conhecimentos, estamos sempre seguindo em frente.
A assertiva é muito forte e, apesar de complexa, é decisiva, mas, com toda permissão, acrescentaria algo antes e depois, são três segmentos, a fim de completar o percurso que aprendemos nos bancos acadêmicos da Biblioteconomia.
Iniciaria pelo dado, que pode gerar informação, esta, que pode gerar conhecimento, este, que se torna sabedoria com o tempo, que, por sua vez, constrói a cultura.
E, seguindo o modelo de Cortella, adjetivando cada substantivo, construí a sentença abaixo:
dado (aleatório) < informação (cumulativa) < conhecimento (seletivo) < sabedoria (consistente) < cultura (enraizada).
Mas, não termina por aí, tudo pode recomeçar a qualquer tempo, já que tudo é dinâmico, renovável e está sempre em transformação. É a partir de um novo dado, que combina com outro e mais outro, que gera informação, que se associa a outra e é interpretada/mediada, se transformando em conhecimento, e assim por diante, que novas sentenças são escritas e executadas, desenvolvendo-se, assim, o pensamento humano.
O segredo é sermos mediadores da informação para nós mesmos e para os outros, principalmente, quando atuamos como bibliotecários, não deixando passar aquela informação de interesse, fazendo a seleção, gerando ou fazendo com que gerem conhecimento.
CORTELLA; DIMENSTEIN. Trecho do programa Sempre um Papo, com Mário Sérgio Cortella e Gilberto Dimenstein. Informação vs conhecimento. Publicado Julian Neto em 7 de mai de 2016 (Youtube).
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segunda-feira, 26 de junho de 2017

NEM SÓ DE TÍTULOS VIVE O BIBLIOTECÁRIO

Por Fabíola Bezerra

Se me perguntarem qual a maior dificuldade para o bibliotecário empreender eu respondo: o medo!
O medo gera dúvidas, incertezas, procrastinação e destrói sonhos. A falta de clareza gerada pelo medo cria barreiras que dificulta o crescimento dos bibliotecários como profissionais liberais, autônomos e dono de seu próprio negócio.
Observo um direcionamento exagerado e exclusivo do tempo do bibliotecário para a aquisição de títulos e para a produção científica. Falo isso com muita tranquilidade porque eu mesma trilhei esse caminho no tempo em que trabalhei no serviço público federal.
Quem está dentro de uma instituição federal se qualifica e tem como “prêmio” o crescimento percentual no seu salário. Quem ainda não entrou, busca a qualificação para aumentar a possibilidade de ingresso por meio da prova de títulos nos concursos públicos federais.
Depois, em sua maioria, sofrem de “doutorice”, conforme foi comentado com muita propriedade pelo Prof. Dr. Oswaldo F. Almeida Júnior, em sua página no Facebook.
Não é segredo para ninguém que cada vez mais, menos existe a possibilidade de concursos públicos federais, e que a garantia de estabilidade no serviço público está com dias contados.
Por outro lado, na contramão desta “verdade” e deste “cenário”, existe a economia digital que em nada segue os padrões adotados e institucionalizados da economia convencional.
O modelo do empreendedor dentro desta nova economia digital não depende e não está relacionado com o número de títulos adquiridos e com o crescimento exponencial do Currículo Lattes. Aliais, os headhunter buscam no Linkedin e não no Lattes para encontrar profissionais qualificados e fora da curva.
A moeda que alavanca os negócios digitais está pautada na geração de valor, a partir da produção e do compartilhamento de conteúdos que apresentam uma solução para uma “dor”, entende-se por “dor” um problema, uma dúvida, uma incerteza de alguém.
É imprescindível que os bibliotecários criem um novo conceito de usuários/utilizadores. A necessidade informacional deve ser entendida como uma “dor” que precisa de solução. O usuário/utilizador deve ser vislumbrado como avatar. O ciberespaço deve ser potencializado como espaço laboral. A mudança e a compreensão destes novos conceitos, inevitavelmente reduzirão o medo e a procrastinação.
Identifico ainda outro medo que ronda a cabeça dos bibliotecários: o medo da exposição!
Se fizermos uma busca simples no Google para a solução de um problema doméstico qualquer, em uma fração de segundos o motor de busca apresenta uma centena de milhares de soluções para o problema pesquisado. O You Tube virou “sala de aula” de “docentes” que tem sempre alguma coisa para ensinar ou compartilhar.
Como bibliotecária sei com propriedade o leque de conhecimentos e habilidades que possuímos a partir da nossa formação acadêmica. Por que então repassar esse conhecimento somente dentro de uma unidade de informação?
Este é um questionamento que vale a pena pensar e debater. Vamos conversar sobre isso? 
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segunda-feira, 19 de junho de 2017

FAZEMOS PESQUISA TODO DIA

Por Ana Luiza Chaves 

Quem já não se deparou com a tarefa de elaborar o projeto de pesquisa acadêmica e depois desenvolver a monografia, como requisito para obtenção de título?
Com certeza todos que estão na vida acadêmica e sempre é um caminho longo a se percorrer, às vezes, por demais exaustivo. Para desmistificar a pesquisa, para mostrar que todos nós somos capazes, pois enfrentamos em nosso contexto situação similar, trago aqui para discussão, o fato de que fazemos pesquisa todos os dias. É óbvio que não se trata da tal pesquisa acadêmica, no entanto, o percurso pelo qual passamos diariamente, se assemelha ao processo que desenvolvemos naquela pesquisa.
Fazendo a leitura de cada contexto, temos:
No nosso dia a dia
1. Surge uma demanda qualquer na nossa vida, que precisa ser atendida, resolvida.
2. Quando muito complicada, dividimos em partes.
3. Interpretamos a demanda e definimos o que deve ser cumprido.
4. Temos uma ideia pré-concebida do que virá pela frente.
5. Agregamos e relacionamos à demanda a nossa experiência de vida e os exemplos de outrem.
6. Analisamos a melhor forma de atender à demanda.
7. Criamos as condições adequadas.
8. Executamos o que pretendemos.
9. Depois de executado, analisamos e verificamos o que conseguimos. 
10. Tiramos conclusões a respeito. Foi bom? Deu certo? Era isso mesmo? Essas conclusões servirão para aplicarmos em outra ocasião da vida.

Na pesquisa acadêmica
1. Como pesquisador, temos uma inquietação acerca de certo tema.
2. O tema é muito amplo, resolvemos delimitá-lo e afunilá-lo.
3. Criamos os objetivos da pesquisa.
4. Apresentamos os nossos pressupostos.
5. Buscamos a fundamentação teórica para servir de base à investigação e à análise dos dados.
6. Optamos pelo melhor método, de acordo com a natureza e tipo da pesquisa.
7. Preparamos os instrumentos para coleta de dados.
8. Fazemos a pesquisa propriamente dita.
9. Analisamos e discutimos os dados colhidos.
10. Tecemos as nossas considerações finais, confrontando com os objetivos da pesquisa. E a nossa pesquisa poderá ser utilizada por outro pesquisador

Propositadamente enumerei cada etapa da primeira correspondendo a uma da segunda, para facilitar a leitura, o acompanhamento e a compreensão.
Ficou mais fácil?
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