domingo, 4 de março de 2018

POR ONDE ANDAM NOSSAS ESTRELAS?

Por Fabíola Bezerra

Não é novidade para os bibliotecários que o lado social da Biblioteconomia não é e não foi abraçado por todos os profissionais da área. Uns porque não acreditam, outros porque duvidam, outros porque não conhecem, enfim, por um motivo ou outro, o fato é que a Biblioteconomia Social ainda não faz parte do dia a dia da maioria de nós.


Nesse segmento na nossa área existem pessoas chave, acredito que muitos conheçam e até admirem, posso citar rapidamente os nomes da Catia Lindemann, Neli Miotto, Rosária Costa, Nair De Freitas Hermes, dentre outros.

Participei do “V Seminário da Rede de Leitura Jornada Literária”, realizado ontem e hoje na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Ao me inscrever no evento, procurei na programação, dentre os nomes dos palestrantes, para tentar encontrar algum colega bibliotecário. Durante a manhã de ontem, constatei a minha suposição: esse evento não foi feito por nenhum colega da área, ou melhor dizendo, as estrelas que lá brilharam eram todas autônomas ou de outras áreas.

Confesso que fiquei triste e desapontada, mas, o sentimento que mais dominou o meu coração foi de desapontamento e uma certa dose de vergonha. Vergonha em perceber e constatar que continuamos nadando em um mundo tão distante da realidade de muitas comunidades. Ouvi relatos maravilhosos de pessoas leigas que estão usando o espaço de bibliotecas comunitárias e transformando a vida de muitas comunidades. Teve inclusive depoimento de um gari que desenvolve um trabalho maravilhoso de mediação de leitura e de contação de histórias. Pessoas simples que compartilham espaços de suas casas para criar bibliotecas para o povo. Pessoas simples que reivindicam direitos para todos.

E nós? Bom, estavam presentes no evento uns 3 ou 4 colegas bibliotecários, outros pouquíssimos estudantes de Biblioteconomia e um auditório cheio de pessoas comprometidas em transformar vidas por meio do uso de bibliotecas comunitárias.

Foi uma manhã de aprendizado, de reflexão e de uma inquietação danada de achar que nós enquanto bibliotecários estamos muito distantes da realidade das comunidades.

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