segunda-feira, 7 de agosto de 2017

QUAL É O SEU "CALCANHAR DE AQUILES" NA BIBLIOTECONOMIA?

Por Ana Luiza Chaves

A expressão popular "calcanhar de Aquiles" remonta à mitologia grega. A Deusa Tétis, mãe de Aquiles, com a intenção de torná-lo indestrutível, garantindo, assim, a sua imortalidade, o banhou nas águas do Rio Estige, que tinha o poder da invulnerabilidade. Mas, ao segurá-lo pelo calcanhar para fazer a imersão, este lhe foi poupado, tornando-se a única parte vulnerável. Durante a Guerra de Troia, teria sido atingido por uma flecha no calcanhar, recebida do príncipe Páris, levando-o à morte. Aquiles é um herói lendário do mundo grego clássico.
Essa é a versão mais popular desse relato mitológico, havendo, no entanto, outras versões e contradições. Portanto, baseado nesse mito, atribui-se ao "calcanhar de Aquiles" o ponto fraco de uma pessoa, aquele que não se tem o domínio necessário, que é vulnerável.
Trazendo o mito para a realidade profissional, é de bom alvitre que façamos a seguinte indagação para reflexão: Qual é o meu "calcanhar de Aquiles" na Biblioteconomia?

• atendimento ao usuário?
• acesso às novas tecnologias?
• uso das mídias sociais?
• construção de vocabulário controlado?
• serviço de referência?
• catalogação?
• classificação?
• indexação?
• normalização?
• organização de conteúdos?
• uso de repositórios?
• trabalho com bases de dados?
• medo de empreender?
• ...


Não vamos nos deixar ser flechados nesse ponto fraco! Ponto fraco pode ser minimizado e até transformado em ponto forte, se for bem trabalhado. Quantos profissionais se tornaram expert exatamente naquilo que não dominavam antes?
O desconhecido por natureza é instigante, atraente e desperta curiosidade, temos que desmistificá-lo, conhecê-lo, estudá-lo, para depois dominá-lo.
Para começar, temos que refletir sobre o que nos incomoda. Em seguida, apostar na leitura, no crescimento profissional, nas discussões em grupo, nos encontros profissionais, na educação continuada, que se torna ainda mais fácil quando temos à disposição o canal mais democrático para buscar tudo isso.
Vamos navegar e nos banhar por completo no nosso Rio Estige da atualidade!
Vivam todas as possibilidades que temos hoje com a internet! 
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segunda-feira, 31 de julho de 2017

PARAFRASEANDO A PARÁBOLA DA REDE DE PESCA, PARA FALAR SOBRE EMPREENDEDORISMO NA BIBLIOTECONOMIA.

Por Fabíola Bezerra

"Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora...”
A metáfora da parábola da “rede de pesca”, nos leva a fazer uma analogia da ação de lançar a rede ao mar, com a percepção e o empoderamento das pessoas em relação as informações que recebem.
Quando uma nova informação é lançada ou disponibilizada na Internet, por exemplo, o alcance deste conteúdo é enorme, e varia de acordo com o tamanho da sua rede de relacionamentos dentro da rede social que você pertence. Ao publicar uma nova informação é como se você estivesse jogando uma rede de pesca no mar.
Digamos que você publicou no Facebook o conteúdo da sua postagem, embora chegue no perfil dos seus amigos e dos amigos dos seus amigos, dependendo das suas configurações de privacidade, poderá atrair a atenção de diferentes pessoas, assim como, poderá também não despertar interesse algum. O ato de despertar interesse é como uma “seleção”, embora diferente da parábola onde os pescadores separam dos cestos os peixes bons e os peixes ruins. A seleção dentro do Facebook está diretamente relacionada com o interesse que as pessoas têm sobre assunto X ou Y, depende do apelo do título ou da imagem do conteúdo postado.
Gostaríamos de direcionar este texto, usando como exemplo o “Empreendedorismo na Biblioteconomia”. O tema tem despertado interesse em muitos bibliotecários, assim como, não desperta interesse algum em muitos deles. A “seleção” de quem gosta do assunto e de quem é indiferente a ele, ao meu ver, depende da percepção que cada um tem sobre o mesmo e pela compreensão real de que forma podem se apropriar do empreendedorismo como algo possível e aplicável profissionalmente.
Uma vez, conversando com uma professora do curso de Biblioteconomia ela disse assim:
- Fabíola muitos alunos não entendem ou não sabem como usar o empreendedorismo dentro da profissão.
Desde 2013 venho lendo e estudando sobre o empreendedorismo e marketing digital, o que eu pude perceber dentro das minhas leituras e nos diversos infoprodutos que adquiri de grandes players do mercado digital foi o seguinte: existe diferença entre ensino formal e ensino prático. Foi o meu primeiro grande ensinamento, parece uma conclusão lógica e simples, mas não é!
Para entender essa grande diferença é preciso primeiro ter uma mudança de percepção sobre autoridade e autenticidade. Nós bibliotecários geralmente caímos na armadilha de ostentar diplomas e títulos. Não é autoridade quem possui mais títulos, mas, quem possui o reconhecimento das pessoas sobre um assunto específico. Assim como, autenticidade é a percepção de confiança e de legitimidade que as pessoas têm todas as vezes que você repassa uma informação.
Os grandes empreendedores digitais não divulgam seu conhecimento e expertise pelos títulos e diplomas que possuem, o objetivo deles ao criar um produto de informação é gerar resultado para alguém. Nesse sentido é primordial identificar e conhecer suas habilidades únicas, que serão a base do seu empreendimento, por meio dela, o empreendedor irá criar sua proposta ou promessa definida para alcançar os resultados.
O ensino formal é baseado em currículos, diplomas e títulos, entre outras formalidades, o ensino prático, diferente do formal, não possui uma matriz curricular, ele é focado em resultados, não é preciso ser uma especialista e conhecer tudo, é preciso conhecer apenas o necessário para atingir um resultado.
Ao produzir produtos de informação que geram resultados na vida das pessoas você se torna autoridade para elas, ao comprovar os resultados, você cria autenticidade sobre o seu produto e sobre o seu conhecimento, é uma “autenticidade prática”.
Por esse motivo acredito que para empreender na Biblioteconomia é preciso primeiramente sair um pouco da área, entender como atuam e como trabalham os grandes empreendedores, perceber que para empreender é preciso primeiramente descobrir e entender qual o seu propósito de vida.
Definir um propósito é o que te fará caminhar em direção a um ponto qualquer, para empreender, você vai precisar desse autoconhecimento, o autoconhecimento te ajudará a definir os teus propósitos e a tua missão pessoal, enquanto missão você poderá mudar a vida das pessoas por meio das informações que você criar.
Observe que todo empreendedor digital tem um propósito e uma missão bem definidos.


A falta de clareza sobre alguns pontos apresentados no texto acima, ao meu ver, é que diferenciam as pessoas quando um novo conteúdo é lançado na rede, por isso o porquê de usar como analogia a parábola da rede de pesca, uns apropriam-se do conteúdo e buscam saber mais, outros simplesmente ignoram. 

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

ESCRITOR DE OUTRORA, DE ONTEM, DE HOJE OU DE AGORA

Por Ana Luiza Chaves

Escritor de outrora, de ontem, de hoje ou de agora, se não fosse tu para registrar a ilusão da realidade, a razão da cumplicidade, o todo da parte, a arte do aparte, a paixão em drama, o auge da fama, o fato que acontece, a ficção que apetece, jamais teríamos acesso a essas maravilhas, que nos fazem viajar para os mais longínquos mundos, que nos conduzem ao fragmento do pensamento, que nos encantam e os males espantam.

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

ENTENDENDO O USUÁRIO

Por Ana Luiza Chaves

No exercício diário do serviço de referência de uma biblioteca, nos deparamos com manifestações de demandas, para as quais, temos que, a qualquer custo, buscar entender o usuário, a fim de atendê-lo com êxito.
É certo que temos que ir moldando e educando esse usuário, para o uso correto dos serviços, no entanto, essa tarefa é árdua no início, principalmente quando esse usuário nunca utilizou uma biblioteca.
A teoria biblioteconômica aponta para três estilos de atendimento no contexto do serviço de referência: o conservador, o moderado e o liberal.
O estilo conservador tem como princípio que o serviço de referência deve dispor e organizar o material de referência de forma eficiente, que possibilite resultados positivos à pesquisa do usuário, orientando-o para que se torne auto-suficiente.
O estilo moderado admite que o serviço de referência propicie um pouco mais de assistência ao leitor, utilizando recursos locais e prestando informações por outros meios de comunicação.
Já o estilo liberal, considera que a biblioteca deve prestar ajuda ilimitada aos consulentes, um serviço completo, utilizando o material existente na biblioteca e até recursos externos para facilitar o trabalho.
Voltando as minhas experiências, essas situações chegam a ser inusitadas e engraçadas, mas, no final, tudo dá certo, senão vejamos algumas delas que tenho na minha lembrança, que fazem parte do meu portfólio de atendimento nas bibliotecas pelas quais já passei:
"Você tem aquele livro que o professor passou e todo mundo tá pegando emprestado?" 
"Eu quero o livro da professora do horário CD da sexta-feira."
"O professor disse para a gente pesquisar se algumas empresas têm suas marcas registradas, qual livro tem isso?" 
"Preciso estudar para a prova do professor de economia, eu quero aquele livro bem grosso de vários autores."
"Sabe aquele livro de logística que tem tudo? Eu não quero ele não, quero um mais simples."
"Aquele livro de contos dos cães que enxergam, você tem?"
"Tem um livro que é verde e outro que é vermelho, que são do mesmo autor, eu quero o verde, ele está disponível?"

Entendemos que o importante é fazer a leitura do contexto do usuário e suprir suas necessidades informacionais, independente do estilo, até porque, muitas vezes, a informação de que ele precisa é muito primária.
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GROGAN, D. A prática do serviço de referência. Brasília: Brinquet de Lemos, 1995. 
LITTON, G. A informação na biblioteca moderna. São Paulo: McGraw-Hill, 1979. cap. 2, p. 30-34.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

INFORMAÇÃO: MEDIANDO, PODEMOS GERAR CONHECIMENTO

Por Ana Luiza Chaves

Somos, diariamente, bombardeados por informações de toda sorte. É uma verdadeira avalanche! Elas são de todos os gêneros, segmentos, esferas, procedências e tamanhos, que vão se acumulando de forma desordenada, confusa, sem pretensão e objetivo.
Vimos, ouvimos ou lemos algo, mas não processamos para possibilitar o entendimento e a compreensão, nem sabemos ao certo para que nos serve aquela informação naquele momento.
Quando selecionamos aquela que nos interessa e trabalhamos suas facetas, seu contexto, quando nos apropriamos, atuando como agentes mediadores de nós mesmos, fazendo a interpretação holística, a combinação necessária e a seleção, passamos a gerar conhecimento.
Por isso, as características de cumulatividade para a informação e de seletividade para o conhecimento, tão bem ressaltadas por Cortella em seus escritos e palestras.
Informação é cumulativa, conhecimento é seletivo (CORTELLA, 2016).
É desse conhecimento que nos alimentamos para conduzir nossas vidas pessoal e profissional. Uma vez gerado conhecimento, seu conteúdo é introspectado e passa a fazer parte da nossa vida de forma mais permanente, nos acompanhando sempre, sendo usado quando precisamos dele, nos momentos oportunos. Dessa forma, abastecidos de conhecimentos, estamos sempre seguindo em frente.
A assertiva é muito forte e, apesar de complexa, é decisiva, mas, com toda permissão, acrescentaria algo antes e depois, são três segmentos, a fim de completar o percurso que aprendemos nos bancos acadêmicos da Biblioteconomia.
Iniciaria pelo dado, que pode gerar informação, esta, que pode gerar conhecimento, este, que se torna sabedoria com o tempo, que, por sua vez, constrói a cultura.
E, seguindo o modelo de Cortella, adjetivando cada substantivo, construí a sentença abaixo:
dado (aleatório) < informação (cumulativa) < conhecimento (seletivo) < sabedoria (consistente) < cultura (enraizada).
Mas, não termina por aí, tudo pode recomeçar a qualquer tempo, já que tudo é dinâmico, renovável e está sempre em transformação. É a partir de um novo dado, que combina com outro e mais outro, que gera informação, que se associa a outra e é interpretada/mediada, se transformando em conhecimento, e assim por diante, que novas sentenças são escritas e executadas, desenvolvendo-se, assim, o pensamento humano.
O segredo é sermos mediadores da informação para nós mesmos e para os outros, principalmente, quando atuamos como bibliotecários, não deixando passar aquela informação de interesse, fazendo a seleção, gerando ou fazendo com que gerem conhecimento.
CORTELLA; DIMENSTEIN. Trecho do programa Sempre um Papo, com Mário Sérgio Cortella e Gilberto Dimenstein. Informação vs conhecimento. Publicado Julian Neto em 7 de mai de 2016 (Youtube).
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segunda-feira, 26 de junho de 2017

NEM SÓ DE TÍTULOS VIVE O BIBLIOTECÁRIO

Por Fabíola Bezerra

Se me perguntarem qual a maior dificuldade para o bibliotecário empreender eu respondo: o medo!
O medo gera dúvidas, incertezas, procrastinação e destrói sonhos. A falta de clareza gerada pelo medo cria barreiras que dificulta o crescimento dos bibliotecários como profissionais liberais, autônomos e dono de seu próprio negócio.
Observo um direcionamento exagerado e exclusivo do tempo do bibliotecário para a aquisição de títulos e para a produção científica. Falo isso com muita tranquilidade porque eu mesma trilhei esse caminho no tempo em que trabalhei no serviço público federal.
Quem está dentro de uma instituição federal se qualifica e tem como “prêmio” o crescimento percentual no seu salário. Quem ainda não entrou, busca a qualificação para aumentar a possibilidade de ingresso por meio da prova de títulos nos concursos públicos federais.
Depois, em sua maioria, sofrem de “doutorice”, conforme foi comentado com muita propriedade pelo Prof. Dr. Oswaldo F. Almeida Júnior, em sua página no Facebook.
Não é segredo para ninguém que cada vez mais, menos existe a possibilidade de concursos públicos federais, e que a garantia de estabilidade no serviço público está com dias contados.
Por outro lado, na contramão desta “verdade” e deste “cenário”, existe a economia digital que em nada segue os padrões adotados e institucionalizados da economia convencional.
O modelo do empreendedor dentro desta nova economia digital não depende e não está relacionado com o número de títulos adquiridos e com o crescimento exponencial do Currículo Lattes. Aliais, os headhunter buscam no Linkedin e não no Lattes para encontrar profissionais qualificados e fora da curva.
A moeda que alavanca os negócios digitais está pautada na geração de valor, a partir da produção e do compartilhamento de conteúdos que apresentam uma solução para uma “dor”, entende-se por “dor” um problema, uma dúvida, uma incerteza de alguém.
É imprescindível que os bibliotecários criem um novo conceito de usuários/utilizadores. A necessidade informacional deve ser entendida como uma “dor” que precisa de solução. O usuário/utilizador deve ser vislumbrado como avatar. O ciberespaço deve ser potencializado como espaço laboral. A mudança e a compreensão destes novos conceitos, inevitavelmente reduzirão o medo e a procrastinação.
Identifico ainda outro medo que ronda a cabeça dos bibliotecários: o medo da exposição!
Se fizermos uma busca simples no Google para a solução de um problema doméstico qualquer, em uma fração de segundos o motor de busca apresenta uma centena de milhares de soluções para o problema pesquisado. O You Tube virou “sala de aula” de “docentes” que tem sempre alguma coisa para ensinar ou compartilhar.
Como bibliotecária sei com propriedade o leque de conhecimentos e habilidades que possuímos a partir da nossa formação acadêmica. Por que então repassar esse conhecimento somente dentro de uma unidade de informação?
Este é um questionamento que vale a pena pensar e debater. Vamos conversar sobre isso? 
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segunda-feira, 19 de junho de 2017

FAZEMOS PESQUISA TODO DIA

Por Ana Luiza Chaves 

Quem já não se deparou com a tarefa de elaborar o projeto de pesquisa acadêmica e depois desenvolver a monografia, como requisito para obtenção de título?
Com certeza todos que estão na vida acadêmica e sempre é um caminho longo a se percorrer, às vezes, por demais exaustivo. Para desmistificar a pesquisa, para mostrar que todos nós somos capazes, pois enfrentamos em nosso contexto situação similar, trago aqui para discussão, o fato de que fazemos pesquisa todos os dias. É óbvio que não se trata da tal pesquisa acadêmica, no entanto, o percurso pelo qual passamos diariamente, se assemelha ao processo que desenvolvemos naquela pesquisa.
Fazendo a leitura de cada contexto, temos:
No nosso dia a dia
1. Surge uma demanda qualquer na nossa vida, que precisa ser atendida, resolvida.
2. Quando muito complicada, dividimos em partes.
3. Interpretamos a demanda e definimos o que deve ser cumprido.
4. Temos uma ideia pré-concebida do que virá pela frente.
5. Agregamos e relacionamos à demanda a nossa experiência de vida e os exemplos de outrem.
6. Analisamos a melhor forma de atender à demanda.
7. Criamos as condições adequadas.
8. Executamos o que pretendemos.
9. Depois de executado, analisamos e verificamos o que conseguimos. 
10. Tiramos conclusões a respeito. Foi bom? Deu certo? Era isso mesmo? Essas conclusões servirão para aplicarmos em outra ocasião da vida.

Na pesquisa acadêmica
1. Como pesquisador, temos uma inquietação acerca de certo tema.
2. O tema é muito amplo, resolvemos delimitá-lo e afunilá-lo.
3. Criamos os objetivos da pesquisa.
4. Apresentamos os nossos pressupostos.
5. Buscamos a fundamentação teórica para servir de base à investigação e à análise dos dados.
6. Optamos pelo melhor método, de acordo com a natureza e tipo da pesquisa.
7. Preparamos os instrumentos para coleta de dados.
8. Fazemos a pesquisa propriamente dita.
9. Analisamos e discutimos os dados colhidos.
10. Tecemos as nossas considerações finais, confrontando com os objetivos da pesquisa. E a nossa pesquisa poderá ser utilizada por outro pesquisador

Propositadamente enumerei cada etapa da primeira correspondendo a uma da segunda, para facilitar a leitura, o acompanhamento e a compreensão.
Ficou mais fácil?
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

OS PLANOS A E B DA VIDA

Por Ana Luiza Chaves

Não é que não se tenha lutado pelo dito plano A original, aquele que estava como meta de vida, lá nos idos da carreira, é que na verdade ele não era o plano A, estava apenas disfarçado, se passando como tal, para fazer o teste da capacidade de levantar e ir em frente.
E agora, o A passa a ser o B, ou até desaparece e o B incorpora o papel do A. Foi só uma questão de leitura, no novo contexto. O A atual, que outrora já fora B, ficará com esse status até que um novo B de tão robusto tome o lugar desse A que, por sua vez, voltará a ser B novamente.
Mas, o A que é A realmente, se mantém até o fim e não admite que qualquer B tome o seu lugar, por mais insistente que seja. E neste caso prevaleceu a persistência, a questão de foco e até de missão. A pessoa não se vê executando um plano B, porque este não lhe satisfaz plenamente, entra em conflito com a essência dessa pessoa.
No entanto, o B que é realmente B, socorre e toma o lugar do A naqueles momentos em que este falta. São os imprevistos do dia a dia e, neste caso, o clique aqui B é imprescindível, é importante, nem que seja por alguns momentos, ele tem que responder às necessidades do que estava planejado enquanto A, de forma particular, como B, um B que socorre, que ampara, que restabelece a ordem.
Não importa se A ou B, o que importa de fato é ser feliz, é se completar com a profissão e depois disso tirar as outras vantagens materiais decorrentes dela, que também devem ser levadas em conta, claro.
São fases da vida, são as mudanças acontecendo, são os novos contextos surgindo com a necessidade premente de adaptação. Mas, mudar não é assim tão fácil. Encarar o novo e sair da zona de conforto mexe com tudo e o senhor tempo cuida desse tudo.
Quem já não passou por uma mudança? Mesmo que não tenha sido uma mudança expressiva está "condenado" a mudar sempre, porque o mundo está cheio de mudanças e cada vez mais tempestivas.
E assim o A vira B e o B vira A e a vida vai de A para B e vem B para A, pode ser linear e angular como o A ou cheia de curvas e contornos como o B ou ainda uma mistura dos dois. O melhor é aproveitar o bom de cada um, fazendo a leitura conforme o contexto e ser feliz.
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segunda-feira, 22 de maio de 2017

BIBLIOTECÁRIO HOME OFFICE

Por Fabíola Bezerra

O grande desafio que vejo atualmente para qualquer profissional que em meio à crise decide ser autônomo é, basicamente, a mudança de conceito.
Temos nossa mente formatada para um modelo padrão de emprego, com espaços bem definidos e horários rígidos. Estamos habituados com o horário do cafezinho e o bate papo com os colegas de trabalho, esse “conforto” é praticamente o oposto de se “aventurar” numa empreitada como autônomo/empreendedor, que requer muita determinação e foco.
No trabalho formal o expediente é em média 8 horas, com intervalo de almoço. Como empreendedor, você não tem horário fechado de trabalho, pois depende basicamente de você e seu rendimento pessoal estará diretamente atrelado à sua capacidade de concentração e dedicação.
O trabalho na modalidade home office é atrativo em vários aspectos: pela flexibilidade dos horários, pela facilidade de mobilidade, seu escritório poderá funcionar em qualquer lugar, mas, ele de fato só funciona se houver disciplina.
O conceito de home office é democrático pois possibilita igualmente trabalho para todos, o importante e indispensável ao meu ver é uma mente aberta e uma grande capacidade de produção.
Para bibliotecários, o modelo de trabalho home office não tem crise, independe de concursos públicos ou de vagas em instituições privadas. O leque de conhecimentos que adquirimos a partir da nossa expertise como bibliotecários, possibilita que atuemos para diferentes segmentos de maneira autônoma e na modalidade de home office.
Identificar um segmento para atuar, conhecer a “dor” ou incômodo desse segmento, encontrar uma solução para resolver esse incômodo, criar informações que agreguem valor, junte tudo isso com uma boa dose de criatividade, que você terá a base de um negócio sólido.
O modelo ou “fórmula” apresentado acima não é novo para os bibliotecários, fazemos isso todos os dias nos muitos atendimentos que fazemos diariamente nas unidades de informação que atuamos. O problema é que fazemos para resolver situações pontuais dos nossos usuários. Eles são atendidos, resolvem seus problemas, ficam satisfeitos e depois vão embora. O bibliotecário geralmente fica envaidecido por mais um serviço prestado e ponto final, pois, dentro desse contexto, cumpriu o seu dever.
Quando o bibliotecário quer ir além, ele cria um negócio a partir da dor/incômodo do seu usuário, ele deixa de ser usuário para virar cliente, você deixa de ser bibliotecário de balcão para ser bibliotecário empreendedor. O seu espaço de trabalho deixa de ser unidade física de informação e passa a ser em qualquer lugar a partir do seu computador e da sua capacidade de criar conteúdo de valor. Você deixa de ser o bibliotecário da empresa X ou Y e passa ser a pessoa de referência do assunto que você domina.
Use as redes sociais a seu favor, divulgue o seu conhecimento e a sua expertise de forma que possa ser visto pelas pessoas, mostre para elas suas dores e incômodos e apresente soluções. Crie sua imagem como pessoa de referência no assunto que você domina, é assim que começa um empreendimento no mundo digital.
A partir de um trabalho home office você poderá se tornar um grande bibliotecário empreendedor.
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segunda-feira, 1 de maio de 2017

BIBLIOTECÁRIO, HÁ VAGAS!

Por Ana Luiza Chaves

Há vagas, muitas vagas!
Não estamos, necessariamente, nos referindo àquelas vagas de um emprego formal, na esfera pública e/ou privada, apesar de também existir muitas delas, mas àquela que nasce naturalmente, porque você se identificou com algo prazeroso, que gosta de fazer e que tem expertise para tanto.
Bibliotecário, você busca a vaga!
Pensando e mergulhando na amplidão de nossa profissão, um leque se abre, afinal lidamos com informação e quem não precisa dela? Podemos entregar pacotes e pacotes dela, tornando-a acessível nas mais diferentes esferas e tipos de mercado, principalmente, atualmente, no mundo digital, essa oportunidade é cada vez mais exponencial.
Bibliotecário, você cria a vaga!
Neste Dia do Trabalho queremos chamar a atenção para aquele trabalho prazeroso, aquele que você executa sem sentir o tempo passar. Nesse contexto você mistura trabalho, estudo e lazer, conforme pensamento de Domenico De Masi, que acreditamos e reforçamos. O trabalho como fardo é muito trabalhoso, cansativo, rendoso, fuja dele! Trabalhar não precisa ser tudo isso para você dizer que tem um trabalho.
Bibliotecário, já pensou em empreender?
Sim! Na nossa área é possível, sim! Temos a faca e o queijo na mão, afinal, lidamos com informação e quem não precisa dela? Repetimos para fixar essa ideia e quem sabe, plantar uma semente, abrir horizontes, fazer enxergar além das paredes, sair do lugar!
Depois de ler esse texto, talvez você possa refletir a respeito e concluir que há vagas, muitas vagas! O mercado pede algo diferente, com valor agregado, precisamos ter sensibilidade para captar essas necessidades e chegar à frente.
Desejamos que neste Dia do Trabalho você faça essa reflexão, se você está bem no seu trabalho, que bom, que benção! Mas, se você não está satisfeito e quer mudar essa situação, é oportuno refletir sobre o que falta no dia a dia das pessoas, sobre o que vai facilitar a vida das pessoas, para descobrir como o bibliotecário pode suprir essa falta e preencher essa lacuna, daí podemos dizer:
Bibliotecário, a vaga é sua!
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