segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

QUEM NÃO APARECE, DESAPARECE!

Por Ana Luiza Chaves

Hoje, em passada rápida por uma livraria, aproveitei para saber quais livros de Biblioteconomia estavam disponíveis.
Fiquei surpresa com a resposta da vendedora ao afirmar que só tinha um livro de Biblioteconomia. Perguntei onde estava:
__ Ele estava bem aqui, mas não está mais.
Perguntei qual era o título e ela respondeu que não lembrava, então indaguei:
__ Será que compraram?
E ela respondeu:
__ Não! Ninguém procura esse assunto aqui.
__ Tem como buscar no sistema por assunto, para saber o título dele?
__ O nosso sistema só busca por título.
Em menos de dois minutos percebi duas grandes faltas praticadas no mercado por ambos os lados.
Da parte dos bibliotecários, que não se fazem ser percebidos nesse contexto, reduto recheado do instrumento que, praticamente, é a "praia" de atuação. Não ter exemplares à venda, não ter seu ramo de conhecimento à disposição no catálogo e não ser um assunto procurado faz a Biblioteconomia parecer uma ciência em desuso. Longe disso!
Vamos comprar livros! Vamos atuar mais! Vamos divulgar nossa profissão! Vamos aparecer! Vamos fazer barulho! A sociedade precisa dos bibliotecários.
E, da parte dessa grande livraria, que não tem um sistema de busca por assunto, obrigando o cliente a saber o título como condição de atendê-lo. Nesse caso, como solucionar para quem deseja fazer a busca por assunto, para, dentro deste, saber qual a melhor escolha? É, no mínimo, uma desatenção com o consumidor.
O mercado é exigente e competitivo, a leitura que faço é a seguinte: Quem não aparece, desaparece!
Vale para os dois lados.
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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

AINDA PELO DIA DO LEITOR

Por Ana Luiza Chaves

Leitor principiante, que fica radiante mediante cada palavra, frase e história, retendo tudo na memória.
Leitor sonhador, que dorme nas páginas do livro e sonha com a realidade livre.

Leitor exigente, que escolhe leitura difícil e inteligente.
Leitor divulgador, que leva as páginas do livro para o amigo mais próximo, partilhando o que entendeu e o que não entendeu, apenas leu.
Leitor de gibi, que adora a Mônica, o Cebolinha e a Magali.
Leitor faminto, que devora as páginas do livro, como quem devora um prato de comida, que depois de extinto, repousa de satisfação, alimentado e encharcado de informação.
Leitor escritor, que experimentou do livro que criou, se convenceu, não importa, apenas escreveu.
Leitor como eu, como você, como nossos pais, que nutrem o pensamento e viajam no tempo em busca de mais e mais...
Leitor é leitor, independente da leitura e do contexto!f
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JANEIRO NÃO TEM NO ANO INTEIRO

Por Ana Luiza Chaves

Na maioria das bibliotecas, janeiro é um mês de menor frequência em função das férias dos usuários, apesar de contarmos com alguns dissidentes dessa prática, ou seja, aqueles que aproveitam o tempo livre para ler mais, continuar pesquisa em andamento, buscar os conteúdos futuros ou mesmo não perder a prática dos estudos.
Considerando o que acontece na maioria das bibliotecas e a rotina administrativa das instituições, janeiro é destinado ao planejamento e à reorganização interna dos ambientes, do acervo, do atendimento às novas demandas, das atividades da equipe.
E como passa rápido! Uma semana já se foi... Portanto, é hora de fazer o check list das demandas e pontuar cada ação necessária, os responsáveis, os recursos e o prazo de execução.
A dica é se pegar com a ferramenta 5W2H já apresentada e discutida aqui antes, reunindo-se com a equipe e preenchendo o quadro, sempre pensando nos objetivos e nos usuários.


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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

RELATÓRIO ANUAL DE BIBLIOTECA, UM “MAL” NECESSÁRIO

Por Fabíola Bezerra

Uma situação bastante recorrente nas bibliotecas todo final de ano são os relatórios, passamos o ano coletando números, fazendo estatísticas disso, daquilo, para finalmente juntar tudo e materializar em forma de relatório anual. Fazemos isto sistematicamente, algumas vezes me pergunto: Por que de coletar tantos dados? Para que coletá-los? Na maioria das vezes só servem para formalizar o relatório anual da biblioteca.
Entendo que toda biblioteca é vinculada a uma instituição e são cobradas por produção. Na maioria das vezes passam o ano inteiro sem receber apoio efetivo da instituição mantenedora, mesmo assim, as estatísticas fornecidas servirão para aumentar o “valor social” da instituição.
Cumprindo as exigências formais das instituições, eu pergunto: o que são feitos efetivamente dos resultados estatísticos de serviços anuais produzidos pelas bibliotecas?
Os softwares de automação de bibliotecas fornecem eficazmente dados de todos os procedimentos realizados pelas bibliotecas, em frações de segundos, apresentam relatórios, gráficos, geram tabelas, fazem comparações, produzem em números tudo o que foi desenvolvido e produzido pelas bibliotecas. Os programas possibilitam gerar infinidades de relatórios estatísticos, exemplifico aqui algumas situações pontuais, para então perguntar:
  • O que são feitos dos dados obtidos se levantássemos por exemplo, qual a obra mais consultada na biblioteca?
  • Quantos exemplares existem disponíveis na biblioteca desta obra?
  • Quantos usuários utilizam esta obra?
  • Quantos estão na lista de espera desta obra?
  • Quantos docentes utilizam esta obra em suas bibliografias básicas?
  • Quantos discentes estão matriculados nas disciplinas que são cobertas por estas bibliografias básicas, sendo, portanto, usuários potenciais destas obras?
  • Qual o ciclo de vida de uma obra muito utilizada?
  • Qual a média anual de empréstimo por obra?
  • Qual o usuário que mais utiliza a biblioteca?
  • Qual o usuário que paga mais multa na biblioteca?
  • Quais são os usuários potencias que nunca utilizaram os serviços da biblioteca?
  • Quais são os livros que foram mais baixados? Qual o motivo da baixa?
  • Quanto tempo cada usuário leva para efetivar um empréstimo? 
  • Quanto tempo cada usuário leva para devolver um livro?

Deixando de lado a aplicabilidade destes dados para fins de relatórios anuais, os gestores de bibliotecas têm em mãos verdadeiras preciosidades de informações para serem aplicadas de maneira proativa. Conheço um ou outro bibliotecário gestor que “coleta e usa” de forma eficiente os dados estatísticos e os transformam em ações prospectivas, dando um diferencial significativo nos serviços de suas bibliotecas.
Vamos dar uma atenção especial as nossas estatísticas, usando-as como ferramentas para melhorar a prestação de nossos serviços e a satisfação de nossos usuários.
Para tanto, devemos, além de responder às perguntas, elaborar conclusões e apresentar soluções e sugestões para tomada de decisão, formando, assim, as bases para o planejamento do ano que se iniciará.
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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

DEZEMBRO CHEGOU!

Por Ana Luiza Chaves

Tempo de refletir sobre o que passou, o que se construiu, o que evoluiu e o que ruiu.
Tempo de deixar para trás as mágoas, os ressentimentos, os sofrimentos.
Tempo de se confraternizar, tempo de presentear, tempo de glorificar.
Sim, porque estamos vivos, fazendo história, deixando na memória. Porque o que foi bom rendeu seus frutos, e o que não foi, valeu pelo aprendizado, pela força, pelo amadurecimento, pelo conhecimento.
Tempo de se preparar para enfrentar o novo ano, de pensar em novo plano, para seguir soberano.
Você bibliotecário, que é mestre em organizar, em registrar, em referenciar, em catalogar em classificar, em estruturar, em indexar, em inventariar e em tantas outras expertises, use todas elas para construir seu planejamento de 2018.
Planejar é importante, nos leva adiante!
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

DE TANTO EMPREENDER FUI EMPREENDIDA!

Por Ana Luiza Chaves

Iniciei essa jornada no final dos anos 90, com a minha saída do Banco do Estado do Ceará S.A - BEC, quando decidi ser empresária, em função da oportunidade que surgiu na época, oferecida pelo IAV - Incentivo de Afastamento Voluntário, uma versão becista para o famoso PDV - Plano de Demissão Voluntária.
Foram muitos e bem significativos os empreendimentos que se iniciaram no período de 1997 a 2008. Trabalhos, prestação de serviços, treinamentos, consultorias junto à instituições públicas, empresas e grupos de empresas de renome no cenário regional.

Toda essa experiência, que teve como base a minha gestão junto à Biblioteca Geral do BEC, de 1987 a 1997, levou-me a outro caminho a partir de 2008, tão desafiador quanto o do empreendedorismo. É que de tanto empreender fui empreendida! Mas, qual mensagem quero passar com essa frase que intitula essa postagem?
Quero dizer que o empreendedorismo que deu tão certo encantou dois dos meus clientes, enquanto eu executava os serviços a que me propus a fazer para ambos. De um lado 30.000 caixas de arquivo, correspondendo, mais ou menos ao acervo de umas 10 empresas (hoje são mais de 600.000 caixas e quase 200 clientes) e, de outro, uma biblioteca que estava nascendo, pronta para atuar em uma IES, que já nasceu com uma história de quase 50 anos.
Muita responsabilidade! E a pergunta de um deles com a minha resposta imediata e inconteste:
__ Vai encarar?
__ Sim, vou encarar!


E até hoje estou cumprindo essa missão de atuar em duas frentes de trabalho, em um período, junto a uma empresa de gestão documental e guarda terceirizada de arquivos, como analista de projetos de arquivo, e no outro, como bibliotecária, gestora na biblioteca de uma IES.
E essa tomada de decisão de voltar a ser empregada não limita nem diminui o empreendedorismo, pelo contrário, o aporte de duas empresas vencedoras e de uma bagagem acumulada de muitos anos de experiências, possibilitam o intraempreededorismo.
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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

BIBLIOTECÁRIO, EMPREENDA COM PROPÓSITOS

Por Fabíola Bezerra

Particularmente, entendo o empreendedorismo como um estilo de vida, um jeito de ser e viver o mundo. Nesse sentido acho curiosa a associação do empreendedorismo apenas com a parte comercial ou financeira do processo.
Empreender, antes de tudo, é uma jornada de autoconhecimento, uma vez que o empreendedorismo nos coloca inevitavelmente em situações novas o tempo todo. 
Definir um propósito é o que nos fará caminhar em direção a um ponto qualquer. Por esse motivo devemos viver e trabalhar com propósitos bem definidos.

O primeiro propósito de vida, ou propósito primário é de ser a gente mesmo, é um despertar para um autoconhecimento, a fim de identificar uma missão como ser humano, é exatamente essa inspiração que nos reconectará com o nosso propósito. É importante focar no propósito primário.
Para empreender vamos precisar desse autoconhecimento, para gerar clareza, a falta dessa clareza sobre nossos propósitos e habilidades é que gera o medo de empreender, o medo usa muitos disfarces e gera muita procrastinação. Podemos aceitar o medo, mas não devemos nos apegar a ele, o medo existe pela falta de clareza, o medo se alimenta do desconhecido.
Paula Abreu, coach e treinadora de desenvolvimento pessoal fala muito da importância do empreendedor “entrar em ação, porque o medo tem receio da ação, a ação gera clareza”, fala ainda da importância de os empreendedores se agruparem, conversarem uns com os outros, trocarem conhecimentos para gerar clareza.
O autoconhecimento nos ajudará a definir os nossos propósitos e a nossa missão pessoal. A autora faz os seguintes questionamentos para nos ajudar a refletir:
• “Quem você é e aonde quer chegar?” 
• “Aonde você se destaca mais?”

Exemplificando: Digamos que você identificou como propósito ou como missão como ser humano, transformar e inspirar a vida de pessoas por meio da divulgação de informações de qualidade. (Propósito primário).
O propósito secundário é o seu trabalho. O seu trabalho deve estar em sinergia com a sua missão como ser humano. O propósito secundário deve estar alinhado com o primário.
Baseado na sua missão (citada acima) você poderá simplesmente estar sempre se qualificando para ampliar e atualizar seus conhecimentos visando um atendimento de excelência.
Enquanto propósito secundário, você poderá usar uma expertise, como por exemplo, dominar as normas da ABNT para simplesmente fazer correção de trabalhos acadêmicos, que poderá ser desenvolvido dentro do seu espaço laboral, ou, uma pessoa te contrata e paga pelo serviço recebido.
Mas, usando sua expertise e alinhando com a sua missão, você poderá, por exemplo, dar autonomia as pessoas por meio de treinamentos, e-books, vídeos aulas, etc., para que elas passem a dominar as normas da ABNT, construindo e disponibilizando conteúdos de qualidades para resolver o problema de alguém.
São maneiras diferentes de aplicar os seus propósitos, na segunda situação, como empreendedor, você terá maiores possibilidades de crescimento, uma vez que o foco é a “dor” das pessoas, ou seja: a solução de um problema. O seu propósito passa a ser apresentar soluções para resolver este problema.
No novo modelo de marketing, o foco não é o produto, mais o benefício. Por isso é importante o propósito no empreendedorismo, pois ele te dará a sensação de estar desenvolvendo uma missão, no lugar de estar apenas marcando ponto.
Sei que não é fácil definir um propósito, mas, procure identificar um propósito que seja nobre, maior do que ganhar dinheiro. Quanto mais gerar valor para as pessoas, mais o dinheiro virá, ele será uma consequência natural do seu trabalho. Quando você transforma a vida das pessoas, você está transformando a sua também. A “receita” é procurar a intercessão entre os seus talentos/expertise e as necessidades do mundo. Nesse sentido Aristóteles afirmava o seguinte: “quando os seus talentos encontram as necessidades do mundo, ali está a sua vocação
Pensem nisso!
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

UM CHAPÉU, UM ELEFANTE OU UMA JIBÓIA?

Por Fabíola Bezerra

Você deve conhecer a história do Pequeno Príncipe e a simbologia embutida no desenho feito pelo Piloto e que é revelado ao Pequeno Príncipe.
Hoje amanheci com essa história na minha cabeça e fiz uma relação com as oportunidades de negócio, em que nem sempre conseguimos ver ou identificar uma oportunidade.
Como bibliotecários trabalhamos diariamente com o público, mas muitas vezes, esquecemos de observar verdadeiramente as suas necessidades. Acreditamos que nosso acervo está pronto para atender individualmente cada necessidade de informação e cometemos o erro de dar um atendimento uniformizado a todos eles.
Acredito que a fonte promissora ou inspiradora de oportunidades de negócios para o bibliotecário venha do usuário. Fará diferença observar continuamente suas necessidades para além dos modelos e das regras impostas. Procurar entender os seus desejos e como eles gostariam de receber os nossos serviços e produtos, abrirá sua mente e os seus olhos para olhar além da figura do chapéu.
Uma necessidade percebida é uma oportunidade de negócios!
Uma necessidade solucionada gera valor, um valor percebido cria conexão entre as partes e viabiliza a oferta do seu produto ou serviço.
Não existe fórmula mágica para empreender na Biblioteconomia ou ter sucesso como bibliotecário empreendedor, o que existe efetivamente são pessoas com necessidades e à procura de soluções. De posse do conhecimento que dominamos e das habilidades que possuímos como bibliotecários, temos a nossa frente um leque de oportunidades para empreender. Atitude!!!
Treine o seu olhar de forma sensível para observar o que está a sua volta, procure olhar as coisas muito além do modelo convencional, descubra que por trás da figura visível do chapéu tem uma jibóia que engoliu um elefante.
Mas, essencialmente não fique parado esperando o mundo conspirar a seu favor.
Vamos cair em campo!
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